Abater passivo para ter futuro
Rui Pedro tomou posse há quase três anos e teve de lidar com grandes problemas económicos
Mais de um milhão e meio de passivo e património em hasta pública eram o prenúncio de falência iminente. Direção pôs mão à obra, contou com o apoio da autarquia e não deixa de traçar objetivos
Quando tomou posse como presidente do clube, em outubro de 2015, Rui Pedro sabia o que ia encontrar, porque tinha estado na anterior Direção até se demitir por discordância com o rumo traçado. “Infelizmente para o clube, eu estava certo”, desabafa. A sua candidatura teve como objetivo “impedir que o clube fechasse portas”, por ser “uma instituição de relevo para a cidade, com papel importante na formação”. Mas a tarefa foi hercúlea. “Tivemos de implementar uma troika: esmagar as despesas, racionalizar custos e aumentar as receitas”, lembra. O esmagar da despesa acabou por afetar a equipa sénior de futebol, cujo custo mensal era superior ao total da verba agora gasta a 30 dias. O passivo era superior a um milhão e meio de euros, tinham mil euros no banco e património edificado em hasta pública. “Mais uma vez a Câmara veio em auxílio do clube. Tinha o direito de preferência na aquisição do imóvel da nossa sede e avançou. Depois, fez-nos um contrato de comodato a 40 anos”, conta o presidente que agora gere um orçamento anual de 300 mil euros, sendo que, “25 a 30 por cento deste valor são para abater o passivo”.
As verbas são conseguidas com o aumento do número de sócios e parceiros e a participação em iniciativas tão diversas que incluem a exploração de espaços na festa de Nossa Senhora da Agonia. A assertividade com que agora lembra essas decisões não ilude as dúvidas que assombraram os dirigentes. Confessa que houve momentos em que a sua Direção não sabia exatamente como ia superar os problemas, mas norteou-se sempre pelo “enorme respeito pelo passado”.
O próximo passo é requalificar as instalações e “criar condições para que o clube viva, no mínimo, mais 120 anos”, anseia.