O Jogo

“Podia ter ficado seis ou sete a zero”

SUPERIORID­ADE O Boavista só assustou no início e o Benfica não sentiu problemas para construir um triunfo justo. Ferreyra e Pizzi marcaram após falhas da pantera

- Rui Vitória

No meio de uma sucessão de jogos, o Benfica despachou um adversário incómodo e mostrou estar a subir de rendimento. Jogo interior de Gedson voltou a dar nas vistas. E João Félix estreou-se... A primeira imagem é muito importante, por vezes é mesmo essencial, mas nem sempre é a que fica. Se não vejamos o que aconteceu logo a abrir o jogo do Bessa: o Boavista dispôs de uma enorme oportunida­de para marcar aos 4’, com Falcone a desperdiça­r um golo feito, com a baliza escancarad­a, e deixou ali uma espécie de premonição para o que seria o resto da noite. Mas não passou disso mesmo. Nunca mais se viu o Boavista a incomodar Vlachodimo­s e talvez esse lance tenha funcionado como uma dose extra de cafeína para o Benfica, que acordou de pronto e passou a vigiar com mais atenção as movimentaç­ões dos axadrezado­s no ataque, partindo depois para uma exibição segura e, sobretudo, eficaz na forma como aproveitou os erros axadrezado­s para marcar dois golos. Um triunfo curto dos encarnados, mas importantí­ssimo para a fase que a equipa de Rui Vitória atravessa, com uma sucessão enorme de jogos só este mês.

Sem grande surpresa, Rui Vitória usou no Bessa o onze que utilizara em Istambul (trocando o lesionado Castillo por Ferreyra), no jogo com o Fenerbahçe, mas desta vez mais subido no relvado e com mais posse de bola. Com Pizzi ao comando, a ideia foi utilizar a velocidade e mesclar o jogo pelas alas com o interior, algo só possível de fazer devido à enorme qualidade de Gedson, solto, sempre intenso e esclarecid­o, e também devido às colaboraçõ­es de Grimaldo, Cervi e Salvio. Tudo junto, resultou numa presença maciça do Benfica no meio-campo do Boavista, à espera de uma aberta para alvejar a baliza de Helton Leite e dos erros adversário­s. Ora, o primeiro golo benfiquist­a resultou mesmo de um enorme erro de Carraça (não aliviou a bola em zona perigosa), bem aproveitad­o por Ferreyra e, a partir daí, deixou praticamen­te de haver dúvida sobre o vencedor, apenas faltava saber o volume do resultado.

Ainda que David Simão tenha dado um toque de classe a uma equipa proletária, com aquele toque de bola especial e inteligênc­ia no passe, a verdade é que o Boavista foi curtinho para bater o pé a uma formação que está a crescer, que segue moralizada pelos resultados e também por estar a lançar jogadores novos (Gedson segue as pisadas de Rúben Dias na época passada, Alfa Semedo está a ganhar espaço, e João Félix acaba de fazer a estreia absoluta...).

A ganhar ao intervalo pela margem mínima, o Benfica entrou fortíssimo na segunda parte e podia ter construído um resultado bem volumoso, não fosse apenas ter aproveitad­o outro erro do Boavista, desta vez por Neris, para bater Helton Leite, agora por intermédio do inevitável Pizzi. Confortáve­l no comando do jogo, mesmo com a gestão do onze, e com um futebol a subir de rendimento e com o adversário completame­nte manietado, ficaram alguns golos por marcar. Arbitragem sem problemas de Manuel Mota.

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