“Mais um passo na nossa caminhada”
Leões voltaram a evidenciar mais fraquezas do que virtudes e, uma vez mais, foi uma individualidade a sentenciar o sucesso da missão “ganhar ou... ganhar” lançada por Peseiro
A necessidade de afinações, no plano do coletivo e da riqueza de soluções do plantel, ficaram bem à vista, mas, ainda assim, os de Alvalade chegam ao dérbi com as mesmas duas vitórias que o rival Benfica Interpretando de forma literal a mensagem que tem sido transmitida, de forma insistente, por José Peseiro, o Sporting abdicou da nota artística e voltou a evidenciar uma forte dose de pragmatismo para conquistar três pontos que lhe permite chegar ao dérbi do Estádio da Luz com as mesmas duas vitórias do rival Benfica. Se em Moreira de Cónegos foram Bruno Fernandes e Dost a tomar as rédeas da equipa, ontem foi a vez de Nani mostrar ao público que o seu regresso a casa – em circunstâncias, obviamente, diferentes – é igualmente importante para as aspirações dos leões. Mesmo longe de realizar uma exibição de encher o olho, o capitão foi exemplar a nível da eficácia e um dos poucos que conseguiram libertar-se da teia lançada pelo V. Setúbal, que condicionou todo o corredor central dos leões até à passagem de Acuña para o miolo.
O primeiro golo do extremo, logo aos 9’, parecia lançar o Sporting para uma exibição tranquila e capaz de afastar a desconfiança que ainda paira nos adeptos, mas, dez minutos volvidos, uma má abordagem de Salin e Coates a um “balão” para a área deu origem ao empate dos sadinos, pelos pés de Zequinha, e ao regresso de um burburinho nervoso proveniente das bancadas. Para o aumento da amplitude deste também contribuiu a gritante falta de imaginação na criação de jogo ofensivo dos leões, onde Bruno Fernandes, sufocado por uma marcação direta da “carraça” Semedo, foi uma sombra de si próprio.
À boleia de um golo literalmente caído do céu, a equipa de Lito Vidigal “empurrou” os anfitriões para as faixas, logrou controlar o ímpeto dos homens de José Peseiro, mas a sua grande estratégia para fazer mossa no adversário, que consistia em explorar as costas de Coates e Mathieu, esbarrou no bom sentido posicional e na concentração dos centrais da turma lisboeta.
A lesão de Dost, que foi substituído ao intervalo por Montero, e um cabeceamento de Cádiz a rasar o poste, aos 51’, acentuaram o “cheirinho” de surpresa em Alvalade, mas José Peseiro ainda tinha guardada aquela que parece ser a sua grande arma secreta para esta temporada. Lançado para o campo com os níveis de adrenalina em alta, o miúdo Jovane voltou a contagiar colegas e público com as suas diabruras e, sem surpresa, foi do seu pé direito que saiu um cruzamento com conta, peso e medida para a cabeça de Nani. O segundo golo do extremo teve o condão de incendiar as bancadas, mas, em sentido contrário, encheu de “gelo” o tapete verde da casa dos leões.
Determinados a guardar os três pontos em Alvalade, os lisboetas remeteram-se ao seu meio-campo e apostaram em transições rápidas que, invariavelmente, eram traídas por más decisões a nível do último passe. Doout rolado, o V. Setúbal não fez melhoresócon seguiu chegaràáre ado rival, sem perigo, diga-se, de forma atabalhoada e com muito coração à mistura. Nos últimos minutos, Mathieu e Acuña seguraram a bola junto à linha de fundo e guardaram uma preciosa vantagem que permite ao Sporting ganhar mais confiança e dar sequência a um inícios em mácula no campeonato, contrariando as cautelas de toda a estrutura.