O Jogo

Meirim arrisca a demissão

- Dragão do Sul Paulo Baldaia

Herrera levou uma cotovelada que lhe abriu o sobrolho e não foi marcada nenhuma falta. Na sequência desse lance, Sérgio Oliveira levou o cartão amarelo e Sérgio Conceição foi expulso. Herrera ficou com a cara cheia de sangue e as imagens televisiva­s mostraram a agressão do jogador do Aves. O Presidente do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, José Manuel Meirim, decidiu abrir algum processo disciplina­r? Não! Na ótica dele, não se justificav­a, porque o Conselho de Disciplina não pode ser um VAR de recurso. Deve atuar apenas em situações limite.

Um soco de um jogador a um adversário, que o árbitro não viu, nem havia VAR, merece sanção dura aplicada pelo Conselho a que preside Meirim, mas uma agressão que o arbitro e o VAR viram e não quiseram analisar em pleno jogo é assunto resolvido. Foi isso que Meirim decidiu em relação à agressão a Herrera. Mas, o mesmo presidente contrariou a decisão de arquivamen­to da Comissão de Instrutore­s da Liga sobre a queixa do Benfica em relação a um lance que envolve Brahimi e Niltinho do Chaves. O jogador do FC Porto pôs a mão no pescoço do jogador do Chaves? Pôs, mas sem agressão e, por isso, merecedor de um amarelo. Terá o VAR entendido não intervir, porque não havia razão nenhuma para mostrar um vermelho, única situação em que o VAR podia intervir. Não se trata de uma situação em que ninguém viu uma agressão e em que o senhor Meirim vem agora salvar a verdade desportiva.

Um dos comentador­es

Bem pode rasgar as vestes e gritar inocência, a escolha que fez coloca-o de um dos lados do conflito. Do lado de quem proclama a paz e faz a guerra

independen­tes da televisão, mais identifica­do com as teses do Benfica, Rui Pedro Braz, ouvi eu na TVI, defendeu que a queixa dos encarnados não fazia muito sentido porque Brahimi no máximo merecia um amarelo. E como ele, a grande maioria dos comentador­es que nada têm que ver com o FC Porto. José Manuel Meirim tem mesmo de levantar as mãos aos céus e esperar que a decisão sobre Brahimi não acabe por ditar que o extremo do FC Porto não possa jogar contra o Benfica, em outubro. Se isso acontecer, a Meirim só resta a demissão! Bem pode rasgar as vestes e gritar inocência, a escolha que fez coloca-o de um dos lados do conflito. Do lado de quem proclama a paz e faz a guerra.

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