Jovane é revelação contra a corrente
Em Alvalade, continua a existir tensão e o nível exibicional coletivo tem ficado aquém do esperado, mas entre as sombras e dúvidas impõe-se um talento
“A maneira como tem entrado contrasta com a insegurança que a equipa mostra. É versátil, forte, rápido, agressivo, com vontade. Promete!” Rui Águas Selecionador de Cabo Verde
Rui Águas, selecionador de Cabo Verde, pré-convocou o extremo para defrontar o Lesoto e, a O JOGO, elogia a sua atitude e querer. O técnico vê no 77 a surpresa da Liga, para já, e espera que mantenha a pedalada
Duas entradas em campo de leão, a saltar do banco para revolucionar o jogo e ajudar decisivamente o Sporting a vencer as duas primeiras jornadas da Liga, colocaram Jovane Cabral no topo dos candidatos a jogador revelação da competição no seu ano de estreia na prova. Rui Águas, selecionador de Cabo Verde, está de olho no extremo de 20 anos e já o pré-convocou para o desafio com o Lesoto de qualificação para a CAN’2019, a disputar no início de setembro.
“Está pré-convocado. Tem mostrado suficiente preparação, os outros é que parecem não o estar... A maneira como tem entrado contrasta com a insegurança que a equipa mostra. Parece que não se importa, encara os jogos como se não houvesse amanhã ”, conta-nos o técnico, satisfeito ao ver como Jovane impõe o seu jogo numa equipa que exibicionalmente não atravessa o seu melhor momento e em que a pressão é uma constante: “Estou realmente contente com o que vem fazendo. É jovem, mas mostra muita personalidade e tem feito a diferença. Quando a equipa passa dificuldades, é ele que contribui decisivamente. Mas esta será uma época difícil, de transição. O que está à vista é que em pouco tempo fez com que se fale dele, com influência nos resultados de um grande. É versátil, forte, rápido, agressivo, com vontade. Não é um produto acabado, mas promete. Pode ser uma das revelações da Liga. Para já, está a sê-lo. Vamos ver se consegue manter e ampliar. Qualidade não lhe falta.”
A aposta de José Peseiro em Jovane é para Rui Águas tão “clara e evidente” como foi em 2005 em João Moutinho, que tinha apenas 18 anos. “Não é preciso ser um génio para apostarem determinadosjogadores, comoJo van e ou João Moutinho”, atirou Rui Águas, que pede “calma” quanto a comparações com o compatriota Gelson Martins (que contudo escolheu representar Portugal). “Prevemos um bom futuro, mas é preciso que este bom início não o afete. É explosivo, agressivo, veloz e empenhado”, concluiu.