O Jogo

DE UMA GOLEADA À TRAGÉDIA FOI UM TIRINHO

Voltou a haver muito Pizzi e muito Gedson a alimentar o ataque, mas as águias seguem para a Grécia com a corda no pescoço e 43 milhões em risco de... voarem

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO

Os encarnados dominaram, marcaram de penálti sobre o intervalo, mas desperdiça­ram várias ocasiões para dilatar o marcador, acabando punidos por um estoiro de Warda na segunda parte Os 43 milhões de euros que o Benfica tem garantidos desde já, caso se apure para a fase de grupos da Liga dos Campeões, ficaram ontem feridos pelo tiro de Warda já na segunda parte de um jogo onde a onda de futebol ofensivo encarnado foi tal que, ao intervalo, mais facilmente se adivinhava uma goleada portuguesa do que um empate. Não há milhões de razões para explicar o banho de água gelada que as águias apanharam na Luz, onde foram donas e senhoras de quase todos os acontecime­ntos. Mas duas delas foram determinan­tes: o não aproveitam­ento das ocasiões criadas e um erro defensivo, o único de relevo tido nos noventa minutos, que custou um compromete­dor 1-1. Agora, a equipa de Rui Vitória segue para a Grécia com a pressão extra de ter de marcar e de não perder, sob pena de isso lhe custar literalmen­te... uma fortuna.

Rui Vitória fez, pela segunda vez esta época em jogos oficiais, uma troca no que tem sido o seu onze intocável: Salvio ficou de fora e deu lugar a Zivkovic, sendo que a outra ocasião em que o técnico mudara a sua base fora na visita ao Fenerbahçe, quando utilizou Castillo em vez de Ferreyra. E o jogo começou de feição para as águias, com Gedson a meter a bola nas redes de Paschalaki­s logo aos 5’, num lance anulado pelo árbitro. Refeito do susto, o PAOK ofereceu ao Benfica o mesmo prato que os encarnados serviram em vários jogos de pré-época e oficiais: pressão alta na primeira zona de construção, cortando linhas de passe bem cedo e, com isso, causando algumas perdas de bola para a equipa da Luz. Com isso, na fase inicial os gregos souberam condiciona­r com eficácia o futebol encarnado no último terço do terreno, aquele onde se vivem as maiores decisões, mas viram-se então engolidos pela “onda Pizzi”. O médio voltou a mostrar-se em grande e, aos 22’, 27’, 28’ e 29’, surgiu em zona de finalizaçã­o qual ponta de lança tendo, numa delas, acertado na barra.

O prémio de tanto esforço viria a ser reclamado pelo médio, que assumiu a grande penalidade de que Gedson foi alvo sobre o intervalo. Um golo não só precioso como num momento perfeito.

Ao intervalo, os 62 por cento de posse de bola e os zero remates do PAOK à baliza de Vlachodimo­s provavam que o Benfica tinham o jogo na mão. A equipa de Rui Vitória, sempre bem alimentada por Pizzi e por Gedson, com este em particular a ajudar a desequilib­rar regularmen­te pela direita, insistia em lances pelas alas seguidos de centros rasteiros, algo com que os gregos lidaram mal até conseguire­m, a meio da etapa complement­ar, equilibrar forças na intermediá­ria. Com Warda em campo, os visitantes alargaram o seu futebol e, mesmo sem visarem as redes do Benfica, causavam incómodo. Seria, aliás, o extremo egípcio a selar o empate. Na ponta final, as águias tentaram retificar o marcador mas, aí, já não encontrara­m caminhos fáceis perante um rival de fileiras cerradas.

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Era notório o desalento dos encarnados no final
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