Houve fumo, faltou fogo
Desta vez, o resultado foi pior do que a exibição, porque o Benfica criou muitas oportunidades e marcou num penálti daqueles discretos, mas que o árbitro viu bem. Sobre Gedson. Não ficou nada decidido ontem, mas ficou menos fácil do que se imaginava para a segunda mão. O Benfica não deixou de ser melhor mas tem um dérbi duro no meio desta eliminatória e um dérbi deixa sempre marcas. Boas ou más. Aquele abaixamento depois dos 60 minutos teve também essa condicionante. Bons períodos, boas combinações do Benfica, perante uma equipa do PAOK cujo campeonato ainda não começou, mas que tem os mesmos jogos oficiais do seu adversário de ontem. E tem alguns jogadores de qualidade e muito bom espírito. Razvan, o Lucesco filho, não tem um grande curriculum mas gosta que a sua equipa jogue para a frente. E tentou fazê-lo, com jogadores experientes que sabem estar em campo. Empatou de bola parada, mas foi capaz de manter o Benfica sempre em dúvida, porque assustou várias vezes. Sem Jonas e Castillo e também sem Salvio, ao Benfica restaram Ferreyra e Pizzi (Seferovic também reapareceu) e assim faltou poder de fogo. Pizzi está em maré de marcar mas ontem só de penálti, porque antes falhou golos certos. Não é um finalizador (13 golos numa época é o seu máximo). E Ferreyra, depois do bom golo no Bessa, também ainda não acertou com as medidas da baliza. E ontem quase não apareceu a finalizar num jogo em que a equipa teve muito volume e 60 por cento de posse de bola. Alexandros Paschalakis (melhor em campo) negou-lhe a glória. Trabalha bastante mas produz pouco. Três notas mais: o egípcio Sabri marcou em 1999 pelo PAOK (ganharam então 2-1 os gregos, encarnados passaram nos penáltis) e desta vez o empate foi de Warda, egípcio também; Fernando Varela, cabo-verdiano bem conhecido por cá, mostrou porque é tão respeitado na Grécia (desta vez com o espanhol Crespo ao lado) e foi dele a bola à barra antes de ser golo; e ainda João Félix, que Rui Vitória mandou para o campo para os últimos dez minutos e que aproveitou esses momentos para explicar porquê. Por exemplo, com um belo remate a acabar, melhor do que o de Ferreyra pouco antes.