O Jogo

O segredo andou pelos ares

- filipe.dias@ojogo.pt

1 Salin e Douglas andaram por relva e ar a desafiar o impossível, sendo justamente responsáve­is pelo sucesso relativo do Sporting numa Luz vulcânica e do êxito retumbante do V. Guimarães num Dragão estarrecid­o, respetivam­ente. Dois grandes cederam pontos no choque do dérbi e o campeão FC Porto engoliu um desaire que não constava do programa frente a um adversário férreo, que reverteu duas bolas de desvantage­m ao intervalo quando tinha zero pontos – mérito de Luís Castro ao intervalo, pela forma como trouxe os seus jogadores das catacumbas de uma derrota quase certa. Mas os encómios têm de ser disparados para a baliza, onde os guarda-redes de Sporting e V. Guimarães mostraram a qualidade do produto... externo. Na frente, com as artilharia­s, em especial as dos grandes, lesionadas ou engasgadas, os artistas andam 2 entre os postes. Depois de ameaçar novo soluço ao consentir a vantagem do Aves na Pedreira, o Braga lá se levantou e saracoteou, atirando pelos ares as aspirações da turma de José Mota ao dar a volta em cinco minutos, graças a um tiro de Wilson Eduardo que nem deixou pêlo na gateira e uma cabeçada de Palhinha sem direito a salto – Dyego Sousa fez o 3-1 final e enviou o Braga 3 para o topo da tabela. O futebol português de quando em vez cai do cimo da árvore da fealdade e bate com a cara em todos os ramos antes de encontrar o chão – se fosse um bocadinho mais bonito... seria horrível! O FeirenseBo­avista foi um espetáculo pavoroso, onde o pior que há no futebol indígena saiu vencedor: 40 faltas, uma chuva de cartões e três ordens de expulsão. Ao empatar, a equipa da casa escorregou a um passo do trono e falhou a liderança isolada antes de visitar o Sporting em Alvalade, mas, se o futebol ainda tem algo de razoável ou justo, líder algum poderia sair de um encontro tão bisonho, pese a devida vénia aos fogaceiros, que foram ainda assim o melhor conjunto em campo.

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