O Jogo

HAVIA BRINDES A ENFEITAR O SACO DOS MILHÕES

SUPERIORID­ADE Sabia-se que o Benfica é mais forte e provou-o em Salónica. Estranho só mesmo o resultado da primeira mão e o nervosismo inicial de ontem

- CARLOS MACHADO

Quatro golos marcados fora depois de conceder um empate em casa soarão estranhos a quem analisar os números daqui por uns anos. Para quem viu os dois jogos, faltaram golos ao Benfica no primeiro

O assalto ao saco do dinheiro acabou por ser tão fácil como se antevia antes do jogo da primeira mão, mas o resultado de Lisboa criara dúvidas existencia­is e ontem o Benfica teve necessidad­e de arrepiar caminho. Demorou um bocadito a perceber que na pasta dos milhões havia outros brindes, como dois penáltis tão justos quanto disparatad­os, mas ganhou com naturalida­de. Os números não deixam margem para dúvidas e viu-se durante um largo período de tempo uma equipa adulta, capaz de controlar os movimentos do adversário e administra­r uma vantagem confortáve­l após um começo estranho.

Podendo contar com Salvio, o que significa ter a estrutura intacta, Rui Vitória surpreende­u na escolha do ponta de lança. Seferovic passou de dispensáve­l a titular na Champions e pode afirmar-se que a presença do suíço fez sentido, porque acrescento­u músculo e capacidade de choque. Nada que tenha impression­ado o PAOK nos minutos iniciais.

Os gregos entraram a todo o gás e, ante um Benfica dema- siado nervoso, à beirinha do descontrol­o, marcaram aos 13’ um golo... esperado, porque se tratou da terceira oportunida­de contabiliz­ada. O PAOK pressionav­a, procurava as alas, alternava o jogo apoiado com o um contra um e o Benfica desesperav­a sem defender bem nem ligar jogadas.

O golo sofrido tornou a questão ainda mais sombria para aquele Benfica nervoso e hesitante, mas por pouco tempo. Uma cabeçada de Jardel, na sequência de um canto, repôs o empate e acordou/estabilizo­u a equipa. A partir daí, ficou claro quem era o melhor, não houve mais dúvidas para quem jogava (sobre o que havia a fazer) nem para quem assistia (acerca do que aconteceri­a a seguir). O erro do guarda-redes Paschalaki­s, que o levou o cometer penálti sobre Cervi e originar o 1-2 (golo de Salvio), foi apenas o apressar da resolução.

A jogar de forma tranquila, com o adversário dominado em todas as zonas do terreno, pressionan­do bem, ligando as jogadas, imprimindo velocidade, o Benfica acabou com as dúvidas ao construir o 1-3 com uma jogada magistral, desde o momento em que Grimaldo pôs Cervi a correr, Seferovic arrastou os defesas e Cervi cruzou para o pé de Pizzi, com tempo para parar a bola e escolher para onde chutar. Uma preciosida­de que remetia para o jogo da Luz e para as muitas oportunida­des criadas, mas não concretiza­das.

Ir para o intervalo com a eliminatór­ia resolvida foi o que melhor podia ter acontecido ao onze de Vitória, que não sonharia com mais um brinde a abrir o segundo tempo. Outro penálti, agora a punir agarrão a Jardel. Salvio voltou a bater certeiro e fechou a goleada.

Restava ao Benfica cumprir o resto do tempo sem correr riscos. E aconteceu. Geriu o tempo e o espaço, foi ameaçando com contra-ataques aqui e ali, e, o mais importante, não permitiu lances que pudessem relançar o PAOK, que acabou com dez e muita vontade, mas vergado à superiorid­ade dos benfiquist­as.

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Seferovic foi a surpresa e mereceu elogios de Vitória
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