O Jogo

Aproveitar mais do que provocar

- Manuel Queiroz

A equipa da Luz evitou assim que a Grécia ficasse com mais representa­ntes na Champions do que Portugal, o que seria anedótico

Oque era natural aconteceu: a equipa de Champions entra na fase de grupos, a equipa de Liga Europa vai naturalmen­te para a segunda prateleira europeia. O Benfica goleou em Salónica, o que é coisa rara, mas dos cinco golos que marcou ao PAOK nas duas mãos, três foram de castigo máximo. Todos eles bastante desnecessá­rios, mas o que deu ontem o 1-2 merece figurar no Grande Livro do que os guarda-redes não devem fazer. A equipa da Luz evitou assim que a Grécia ficasse com mais representa­ntes na Champions do que Portugal, o que seria anedótico. Surpreende­u Rui Vitória ao colocar de início Seferovic (Ferreyra nem saiu do banco…) o que acabou por não ser muito importante porque o Benfica entrou a perder mas deu a volta ao resultado sem que o suíço tocasse na bola. Mas o treinador procurou o lado mais físico de Seferovic que se viu nalguns momentos. Já João Félix só teve direito aos dez minutos finais da tarifa. O Benfica, dir-se-á, foi mais eficaz e fez na Grécia o resultado que podia ter feito na Luz dadas as oportunida­des que desperdiço­u. É verdade. De alguma forma foi o PAOK que fez tudo: primeiros 15 minutos fortes e com um golo e depois entregar o ouro com dois golos nos dois primeiros remates do adversário. O Benfica aproveitou, mais do que provocou. Porque tem melhores jogadores? Claro. Depois faz um grande golo no 1-3 com Grimaldo e Cervi – o Benfica é muito forte no jogo exterior, nas combinaçõe­s lateral-extremo – e Pizzi fuzilou. E aproveitam­ento de bolas paradas – já se tinha visto que estavam bem treinadas frente ao Sporting –, o que é talvez normal nesta fase da época em que ainda há muita instabilid­ade na equipa. Uma vitória importante depois de dois empates em casa e essencial para um conjunto que vai fazendo o seu caminho e que precisa de certezas. Rui Vitória vai fazendo as suas escolhas e eliminando quem não chega aos mínimos olímpicos, mesmo que tenha sido ele a pedir os jogadores, como no caso de Ferreyra. O futebol nunca foi uma ciência exata. Felizmente!

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