Tiago Sá, o ouro da casa
Éóbvio que Abel Ferreira e a estrutura do Braga conhecem bem as características de Tiago Sá, que, aos 23 anos, passou mais de metade dos que tem de vida ao serviço dos arsenalistas. Várias épocas a defender a baliza da equipa B, depois de um título nacional de juniores (37 anos após o outro ganho pelo clube), e habitualmente titular nas diversas Seleções Nacionais de formação constituem um belo currículo. E que desde a semana passada ganhou mais algumas linhas que dir-se-iam escritas a letras de ouro, graças ao voto de confiança do técnico da equipa minhota no jovem guardião.
Tiago Sá passou a opção principal para a baliza de um dos colíderes do campeonato, fruto da lesão de Matheus e da recusa do Braga em ir ao mercado por Cláudio Ramos (agora guarda-redes de Seleção) ou Bruno Varela, numa atitude que parece marca registada de Abel, sempre muito focado em soluções internas – sejam do próprio plantel ou, quando é para comprar, do mercado interno.
Não rezam as crónicas que tenha sido por mérito exclusivo do agora dono da baliza, mas o facto é que pela primeira vez nos seis jogos oficiais realizados esta temporada, o Braga não sofreu golos, em Chaves. Mais do que uma feliz coincidência, talvez seja um bom prenúncio para a carreira futura deste jovem e, em simultâneo, traduz uma das curiosidades desta ronda, que viu o protagonismo nos principais clubes ser assumido pela... “prata da casa”.
Seja no Benfica, no FC Porto e até no Sporting – onde reluz a nova pérola Jovane –, os golos levam assinaturas familiares, de gente que já andava lá por casa. Significa que os reforços terão de esperar ou, pior, terão vida difícil? Só o tempo o dirá, o mesmo que nesta altura é como uma via verde para a afirmação de Tiago Sá. Até porque a aposta que Abel Ferreira fez nele é daquelas capazes de tornar um balneário ainda mais unido e, como alguns diriam, resiliente!