O Jogo

Santos repete a fórmula

Estreia na Liga das Nações com uma pedra no sapato: Portugal só venceu a Itália uma vez em jogos a valer

- IRENEU RIBEIRO

Figuras: o “violino” Vasques, o “belém” Matateu e o portista António Teixeira deram o único triunfo a valer

A Itália é uma pedra no sapato dos portuguese­s, mas seria Fernando Santos a terminar, em 2015, um jejum que durava desde 1976, e com um golo do herói... Éder. Ambos jogos particular­es...

Portugal vai estrear-se hoje na Liga das Nações, frente à Itália num Estádio da Luz a prometer bancadas animadas, atendendo à intensa demanda de bilhetes por parte dos apaniguado­s da seleção. O jogo, referente ao Grupo A3 da novel competição da UEFA, vai opor os portuguese­s a um dos “piores” adversário­s de toda a sua história, dado o histórico de confrontos entre as duas nações.

Os números dizem-nos que a derrota é quase um dado adquirido... até Fernando Santos chegar à seleção. Sim, porque foi preciso esperar 39 longos anos para Portugal voltar a derrotar os transalpin­os, depois de em 1976 um bis de Nené chegar para a festa. Assim, num particular disputado em 2015, bastou um golo solitário para enterrar um longo borrego e logo com um tiro certeiro daquele que escreveu a página mais dourada do nosso futebol: Éder – autor do tiro que ditou a conquista do primeiro Europeu.

À falta de Cristiano Ronaldo nos convocados, a tática vai derivar de um 4x4x2 para um 4x3x3, a mesma que esteve na base do sucesso de há três anos. Enterrado um carrasco que perdurou por quase quatro décadas, falta, agora, exorcizar o maior dos fantasmas: vencer os italianos num jogo a valer, numa competição a pontos, que valha algum troféu. E aqui o cenário é ainda mais negro: é preciso recuar a 1957, há 61 anos, portanto, para encontrar uma, e única, vitória de Portugal ante o visitante de hoje.

Na altura, tal como agora, o jogo coincidiu com um período menos auspicioso dos italianos, já que acabariam por não se qualificar para o Mundial da Suécia 1958, o mesmo sucedendo agora na Rússia, curiosamen­te as únicas duas vezes que a squadra azzurra não participou na fase final de um campeonato do mundo.

Nesse tempo, três golos de grandesfig­urasdofute­bolportugu­ês, entretanto falecidas, casos de Vasques (Sporting), António Teixeira (FC Porto) e Matateu (Belenenses), serviram de lição a uma equipa que agora volta a visitar o país numa altura em que as bandeiras da contestaçã­o movemse com vigor na “bota mediterrân­ica”.

O escândalo da não classifica­ção da Itália para o recente Mundial da Rússia abriu feridas ainda não curadas, como atesta o último empate, caseiro, diante da Polónia, no embatequei­nauguroues­tegrupo da Liga das Nações, pelo que a lógica leva a pensar que, de parte a parte, não faltam motivos para “meter-se toda a carne no assador” no fito de uma vitória tão desejada.

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