PROMESSAS CUMPRIDAS
Fernando Santos: “Há um mês éramos uns coitadinhos…”
SELECIONADOR REPETIU APOSTA NOS JOVENS E PORTUGAL ENTROU A GANHAR NA LIGA DAS NAÇÕES
André Silva apontou o golo do triunfo da Seleção Nacional no arranque da segunda parte, mas ficaram muitos outros na gaveta. Meiocampo a três, com William na posição oito e Rúben Neves a seis, dá garantias
Foi uma noite histórica porque Portugal raramente, para sermos simpáticos, vence a Itália em jogos oficiais – até ontem tinha acontecido apenas uma vez. Mas poderia ter sido uma noite de ouro, de goleada à moda antiga, se o conjunto de Fernando Santos não tivesse desperdiçado tantas oportunidades. Portugal vulgarizou uma equipa macia, perdida e sem a qualidade de outros tempos. Nem sequer apresentou aquela malícia que a caracteriza e que deixa os adversários e, já agora, os adeptos com um nó na garganta até ao fim dos jogos. A Squadra Azzurra jogou pouco, mas não podemos concluir que Portugal só ganhou porque o adversário de estreia na Liga das Nações esteve muitos furos abaixo do que seria de esperar. A equipa das Quinas teve muito mérito na forma como construiu o triunfo, que peca por escasso por causa da má relação que continua a ter com a baliza. Noutro âmbito, Mancini vai ter de acelerar processos se quiser voltar a ver a sua equipa mais perto do sucesso.
Santos tinha avisado que não iria mexer muito na equipa e manteve mesmo os 11 que iniciaram o particular com a Croácia, na última sexta-feira. O treinador privilegiou a rotina, atirando para fora de campo o eventual cansaço de algumas das suas pedras. E valeu o risco. A Seleção jogou no meiocampo contrário. O trio do miolo sufocou os italianos e Bruma, à esquerda, e Bernardo Silva, à direita, com constantes acelerações, ajudaram a afundar um adversário que teve em Jorginho o seu jogador mais constante. Portugal pressionou, obrigou a Itália a jogar mal e aproveitou alguma inexperiência (várias bolas perdidas perto da área) do outro lado para ganharascen dente. Mancinimud ou praticamente toda a equipa em relação ao jogo contra a Polónia, dispôs os seus comandados num 4x4x2 elástico, mas Chiesa e Bonaventura pouca profundidade deram ao jogo nas alas. Immobile não apareceu e Zaza ameaçou uma ou duas vezes, mas sem provocar pânico na defesa lusa.
Portugal jogou à vontade, de pé para pé – também fez jogo direto –, e foi criando um inacreditável número de ocasiões para marcar (sobretudo porque se tratava da Itália) muito antes de André Silva fazer explodir os mais de 50 mil espectadores que estiveram no Estádio da Luz. Romagnoli a cortar sobre a linha de baliza um remate de Bernardo Silva eCrist ante num desvio para a trave, após uma investida de Mário Rui, foram apenas dois exemplos de momentos eletrizantes do ataque português, que produziu jogo mais do que suficiente para sair de barriga cheia da Luz. O golo chegou no arranque da segunda parte (48’) depois de uma arrancada de Bruma pela esquerda, com finalização perfeita de André Silva. Mas depois disso, a Seleção Nacional não baixou a intensidade nem o ritmo de jogo, mantendo-se em cima do adversário e criando mais algumas oportunidades para aumentar o marcador. A Itália respirou um pouco na parte final, ganhou alguns cantos, mas nunca criou verdadeiramente perigo para a baliza de Rui Patrício, que foi praticamente um espectador (atento) na noite de ontem no Estádio da Luz, ao contrário do seu homólogo italiano. Comeste resultado,Portugal lidera o grupo com três pontos, mais dois do que Itália e Polónia, que empataram na jornada anterior.