O Jogo

PROMESSAS CUMPRIDAS

Fernando Santos: “Há um mês éramos uns coitadinho­s…”

- Textos SÉRGIO ANDRÉ

SELECIONAD­OR REPETIU APOSTA NOS JOVENS E PORTUGAL ENTROU A GANHAR NA LIGA DAS NAÇÕES

André Silva apontou o golo do triunfo da Seleção Nacional no arranque da segunda parte, mas ficaram muitos outros na gaveta. Meiocampo a três, com William na posição oito e Rúben Neves a seis, dá garantias

Foi uma noite histórica porque Portugal raramente, para sermos simpáticos, vence a Itália em jogos oficiais – até ontem tinha acontecido apenas uma vez. Mas poderia ter sido uma noite de ouro, de goleada à moda antiga, se o conjunto de Fernando Santos não tivesse desperdiça­do tantas oportunida­des. Portugal vulgarizou uma equipa macia, perdida e sem a qualidade de outros tempos. Nem sequer apresentou aquela malícia que a caracteriz­a e que deixa os adversário­s e, já agora, os adeptos com um nó na garganta até ao fim dos jogos. A Squadra Azzurra jogou pouco, mas não podemos concluir que Portugal só ganhou porque o adversário de estreia na Liga das Nações esteve muitos furos abaixo do que seria de esperar. A equipa das Quinas teve muito mérito na forma como construiu o triunfo, que peca por escasso por causa da má relação que continua a ter com a baliza. Noutro âmbito, Mancini vai ter de acelerar processos se quiser voltar a ver a sua equipa mais perto do sucesso.

Santos tinha avisado que não iria mexer muito na equipa e manteve mesmo os 11 que iniciaram o particular com a Croácia, na última sexta-feira. O treinador privilegio­u a rotina, atirando para fora de campo o eventual cansaço de algumas das suas pedras. E valeu o risco. A Seleção jogou no meiocampo contrário. O trio do miolo sufocou os italianos e Bruma, à esquerda, e Bernardo Silva, à direita, com constantes aceleraçõe­s, ajudaram a afundar um adversário que teve em Jorginho o seu jogador mais constante. Portugal pressionou, obrigou a Itália a jogar mal e aproveitou alguma inexperiên­cia (várias bolas perdidas perto da área) do outro lado para ganharasce­n dente. Mancinimud ou praticamen­te toda a equipa em relação ao jogo contra a Polónia, dispôs os seus comandados num 4x4x2 elástico, mas Chiesa e Bonaventur­a pouca profundida­de deram ao jogo nas alas. Immobile não apareceu e Zaza ameaçou uma ou duas vezes, mas sem provocar pânico na defesa lusa.

Portugal jogou à vontade, de pé para pé – também fez jogo direto –, e foi criando um inacreditá­vel número de ocasiões para marcar (sobretudo porque se tratava da Itália) muito antes de André Silva fazer explodir os mais de 50 mil espectador­es que estiveram no Estádio da Luz. Romagnoli a cortar sobre a linha de baliza um remate de Bernardo Silva eCrist ante num desvio para a trave, após uma investida de Mário Rui, foram apenas dois exemplos de momentos eletrizant­es do ataque português, que produziu jogo mais do que suficiente para sair de barriga cheia da Luz. O golo chegou no arranque da segunda parte (48’) depois de uma arrancada de Bruma pela esquerda, com finalizaçã­o perfeita de André Silva. Mas depois disso, a Seleção Nacional não baixou a intensidad­e nem o ritmo de jogo, mantendo-se em cima do adversário e criando mais algumas oportunida­des para aumentar o marcador. A Itália respirou um pouco na parte final, ganhou alguns cantos, mas nunca criou verdadeira­mente perigo para a baliza de Rui Patrício, que foi praticamen­te um espectador (atento) na noite de ontem no Estádio da Luz, ao contrário do seu homólogo italiano. Comeste resultado,Portugal lidera o grupo com três pontos, mais dois do que Itália e Polónia, que empataram na jornada anterior.

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 ??  ?? Rúben Neves conduz mais um ataque lusitano
Rúben Neves conduz mais um ataque lusitano
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