Dez italianos à volta de um brasileiro
Chama-se Jorginho, nasceu na pequena cidade brasileira de Imbituba, há 26 anos, mas foi aos 15 para Itália, adquirindo cidadania transalpina graças a um bisavô. Pois bem, na seleção, ao fim de seis jogos, já é ele o patrão da equipa. À moda antiga, tudo gira à volta dele, tanto defensiva como ofensivamente. O que por vezes funciona bem, mas, contas feitas... é muito pouco. Para quem se lembra da equipa campeã do mundo de 2006 ou de 1982, esta é uma espécie de Itália B. Ou C.
Defesa Caldara foi o elo mais fraco. Foi de uma falha sua que nasceu o golo de André Silva e, para além desse lance, mostrou nervosismo noutras situações. A seu lado, Romagnoli foi o oposto, evitando, inclusive, um golo de Portugal em cima da linha. Nas laterais, Criscito mostrou qualidade e aventureirismo ofensivo, ao contrário de Lazzari, muito mais recatado. Donnarumma evitou dois ou três golos de Portugal.
Meio-campo Um sector comandado a cem por cento por Jorginho, médio esclarecido em todas as decisões que toma no campo. A defender, sabe ocupar os espaços certos; a atacar, não falha um passe e pouco inventa. A seu lado, Cristante também não jogou mal, mas a Itália teria precisado de um transportador mais eficaz. Na direita, Chiesa é promissor, mas ainda tem de crescer e, na esquerda, Bonaventura também esteve longe do que a equipa precisava.
Ataque Perigosos, Zaza e Immobile foram disfarçando as lacunas gerais. O primeiro conseguia encontrar sempre o sítio certo para receber a bola, deambulando com algum perigo entre a defesa lusa. Aos 78’, quase marcou de cabeça, atirando a rasar a barra. O segundo também revelou inteligência e mobilidade, deixando os defesas sem saber o que fazer para acompanhar as suas entradas na área.