LENDA NASCEU HÁ 30 ANOS
Lesão de Mlynarczyk e um Zé Beto “incontactável” empurraram-no para a baliza em Guimarães, aos 18 anos
O antigo guarda-redes do FC Porto recorda a conquista da Champions de 2004 como o título que marcou a sua carreira, ao mesmo tempo que não esconde o orgulho por fazer parte da história dos azuis e brancos bbb Faz hoje 30 anos que Vítor Baía se estreou pelo FC Porto, num jogo em V. Guimarães que terminou empatado (1-1) e que marcou o início da carreira de um dos maiores guarda-redes de sempre. O jogo que começou com uma indisfarçável “cara de pânico” dos companheiros da defesa acabou por confirmar o potencial que lhe era apontado. A partir daquele dia foi sempre a crescer, com uma passagem pelo Barcelona mas também quatro operações aos joelhos.
A O JOGO, o antigo guardaredes recorda a carreira. “É um orgulho e uma sensação de missão cumprida. Foram 17 anos de dedicação e entrega total ao FC Porto, conciliados com 27 títulos, o que dá mais de um título por ano, que me enchem de orgulho. Ao mesmo tempo sinto-me grato por ter jogado no clube e por me terem dado a possibilidade de fazer parte da história do FC Porto”, referiu.
Recuando 30 anos, o dia começou com o azar de um companheiro. “Lembro-me de todo aquele rebuliço em torno do Jozef [Mlynarczyk], que se tinha lesionado. Estávamos os dois convocados e o Zé Beto tinha um processo disciplinar. Todos os contactos com ele foram malsucedidos, não o encontravam”, recorda. Quinito não teve alternativa e apostou em Baía. “Apesar de verem em mim um potencial extraordinário, não deixava de ser um miúdo de 18 anos, ainda por cima num estádio como o do V.
“É um orgulho. Foram 17 anos de entrega total ao FC Porto, com 27 títulos”
“A Liga dos Campeões foi a cereja no topo do bolo. E foi uma conquista nos moldes atuais da Champions”
Vítor Baía Antigo guarda-redes do FC Porto
Guimarães, com um daqueles ambientes complicados. A cara dos meus colegas da defesa era quase de pânico [risos], mas era um pânico que compreendi. Felizmente, o jogo correu-me bem”, atira.
Depois da estreia voltou para o banco e só viria a recuperar a titularidade na baliza do FC Porto com a chegada de Artur Jorge. Com o decorrer dos anos, os títulos foram-se acumulando, até que surgiu um daqueles que marcam uma carreira. “Para quem viu, como eu, o FC Porto ser campeão da Europa [1987], como adepto, sonhava
desde essa altura poder conquistar a mesma competição. Começou com a Taça UEFA e foi dada muita importância a essa conquista. Mas depois, quando conseguimos a Champions [2004], foi a cereja no topo do bolo. E atenção porque foi uma conquista nos moldes atuais da Champions, que é importante frisar, porque é algo difícil de reeditar, o que nos deixa com mais orgulho ainda”, explicou.
A carreira de Vítor Baía terminou em 2007 (tinha 37 anos), ao fim de 620 jogos – só de clubes –, mas a imagem de um dos maiores símbolos do clube ficou .“Consigo sentir isso na cidade e no país, porque felizmenteé transversal a opor tis mo. Também há umre conhecimento internacional que sinto pelos convites que mesão feitos. Mostra-me que aquilo que foi atingido é valorizado também por outras lendas do futebol mundial”, apontou.