SAD QUER VER PROVAS DO MP
Encarnados pediram para consultar os 11 volumes e apensos do processo para decidir próximo passo da defesa
Em função da análise dos documentos recolhidos pelo Ministério Público, as águias poderão avançar para a abertura de instrução, fase na qual é possível contestar a acusação e tentar evitar o julgamento
A SAD do Benfica já formalizou junto do Ministério Público (MP) o pedido para consulta do processo e-Toupeira. Segundo apurou O JOGO, a defesa da sociedade encarnada pretende agora analisar todas as provas recolhidas por parte da Polícia Judiciária, num inquérito conduzido pelo Departamento Central de Investigação eAção Penal (DIAP) de Lisboa, no sentido de avaliar qual o próximo passo a tomar. O pedido acaba por ser uma etapa processual meramente formal, uma vez que a consulta de todo o dossiê faz parte dos direitos da SAD do Benfica, assim como de Paulo Gonçalves e dos funcionários judiciais José Nogueira da Silva e Júlio Loureiro, também eles arguidos no caso.
A partir daqui caberá à equipa formada pelos advogados João Correia, José Luís Seixas, Pedro Correia e Miguel Lopes Lourenço, da empresa CSA – Correia, Seara, Caldas e Simões Associados, analisar os 11 volumes e os apensos do inquérito. Dessa consulta resultará a proposta de decisão por parte da defesa benfiquista quanto ao pedido de abertura de instrução, na qual as águias poderão tentar evitar o julgamento através da contestação das provas apresentadas agora pelo MP (nesta etapa, podem até ser incluídas novas pro- vas). A SAD encarnada tem até 20 dias, a partir da notificação da acusação, para avançar para esta fase do processo penal, no final da qual um juiz decidirá se haverá mesmo espaço para julgamento ou para o arquivamento do caso.
Acusada de um crime de corrupção ativa, um de oferta ou recebimento indevido de vantagem e 28 de falsidade informática, a SAD do Benfica é acusada de tirar benefícios da recolha ilegal de informações que terá sido cometida por José Nogueira da Silva e Júlio Loureiro, alegadamente a pedido de Paulo Gonçalves, assessor jurídico das águias.