“O meu pai era um pouco doido, eu sou mais ponderado”
É uma felicidade para um filho ter orgulho no pai. O sorriso que Helton abre de cada vez que fala de João Leite vale mais do que as muitas palavras desta entrevista. Eis o produto de uma família de atletas
Helton Leite fala com um orgulho tremendo do pai: “Ele representa muito para o Atlético Mineiro e para o futebol brasileiro. Carrego com orgulho o apelido dele. Não é um crítico meu, é o meu maior suporte. Quando lhe falo de um lance em que podia ter estado melhor, ele diz: ‘Já reparou nas coisas boas que você fez durante o jogo?’’’
Helton não sabe se é melhor do que o que o pai foi. “Quando ele terminou a carreira, eu tinha um ano. O que vi foi em vídeos, acho que ele era um pouco doido. Eu serei mais ponderado, mais assertivo, mas dá para perceber que ele era um grande guarda-redes.”
Helton só podia mesmo ser desportista. A mãe, Liliana Aleixo, foi voleibolista, as irmãs, mais velhas do que ele, são atletas: Débora Leite joga voleibol (numa equipa do Canadá) e Daniela Leite é ginasta e, esteve, inclusive nos Jogos Olímpicos. De modo que quando se juntam, as conversas são fáceis... “Sempre que nos encontramos, a tendência é para falarmos das nossas carreiras, de nos aconselharmos uns aos outros. É muito desporto”, ri Helton. “Os nossos pais orientaram a nossa vida pelo ensino e pelo desporto. Todos nós fizemos natação desde muito novos”, conta este natural de Belo Horizonte, onde os brasileiros são mais serenos do que no resto do país. “É como em Portugal, as pessoas são mais tranquilas”, comenta o guarda-redes, que não teve por isso qualquer dificuldade em adaptar-se a uma nova vida e à primeira experiência fora do Brasil.