Invasões como referência
Episódios ligados a Sporting e FC Porto servem para questionar castigos impostos às águias
Luís Filipe Vieira disse “não saber que o Benfica” tenha claques, mas o dirigente assumiu essa existência, elogiando várias vezes “o grupo de adeptos organizados que se sacrificam” pelo Benfica
O FC Porto e o Sporting estiveram ontem por diversas vezes na mira de João Varandas Fernandes, que disparou quando as claques passaram a ser tema de conversa. O dirigente contestou as decisões, do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e do Conselho de Disciplina, de obrigar o Benfica a disputar dois jogos à porta fechada, apontando a “arbitrariedade” doscastigos.VarandasFernandesgarantiuqueoclube“apresentará os recursos necessários” e irá “até às últimas consequências” para reverter um “escândalo gritante”, voltando a alertar que, no caso do jogo com o Estoril, “a responsabilidade do jogo não era do Benfica”. “Achamos injusto e será alvo de recurso”, considerou, apontando a mira ao marasmo na decisão quanto a casos de violência: “Nunca ameaçámos árbitros ou fami- liares. FC Porto e Sporting têm claques registadas. [Houve] a invasão de Alcochete... aconteceu alguma coisa? Invasão ao centro de árbitros na Maia... aconteceu alguma coisa?”
E se, anteriormente, Luís Filipe Vieira deixou claro não saber “que o Benfica tinha claques”, dizendo desconhecer “a palavra”, Varandas Fernandes, por outro lado, deu ontem um parecer diferente: “As claques são um grupo de sócios que o Benfica tem. Muito nos honra ter um grupo de sócios organizados, que têm direito a vir ao estádio, que pagam as quotas. Não somos a favor da violência no desporto, mas sabemos que existem situações sobre as quais não temos controlo. Estamos muito gratos aos que se sacrificam pelo Benfica, que sempre se pautou por investimento na área de segurança.”
E confrontado com a possibilidade de o clube ser punido com mais um jogo à porta fechada (pode ser o terceiro), na sequência de uma queixa apresentada pelo Sporting em abril de 2017, o dirigente garantiu que os encarnados, caso sejam castigados, vão avançar para recurso no Tribunal Arbitral do Desporto.