Fecharam tudo, até a baliza
ESTRANHO Num jogo sem espectadores nas bancadas e sem golos, o Aves ainda enviou duas bolas à trave e viu um golo bem anulado a Nildo, mas o Paços de Ferreira mostrou bom futebol
Vítor Oliveira e José Mota, amigos de longa data e com larga experiência no futebol, estranharam um jogo à porta fechada. Faltaram espectadores e golos na Capital do Móvel
O jogo de ontem mais parecia um daqueles “amigáveis” de pré-época, à porta fechada, com o árbitro a mostrar o cartão apenas em duas ocasiões e entre dois treinadores que são velhos conhecidos do futebol português. Vítor Oliveira e José Mota, amigos de longa data, não gostaram da experiência e apelam aos responsáveis do futebol português para refletirem, porque, de facto, este não parece ser o caminho. Lembraram, e bem, que os estádios portugueses já têm tão poucos espectadores que não faz sentido estar a privar do espetáculo quem quer ver e não tem culpa nenhuma de uma minoria. Um jogo à porta fechada é sempre uma sensação estranha por muitos anos que alguém tenha de futebol. Mas também para os pequenos apanha-bolas, que ontem tiveram uma oportunidade única. Fora do estádio, ainda antes do jogo começar, algumas dezenas de adeptos pacenses aproveitavam para apoiar a equipa.
Sem espectadores nas bancadas e com muito calor, o jogo chegava a ter muitos momentos mortos, com pouca dinâmica e escassas oportunidades. Curiosamente, tanto o Paços de Ferreira como o Aves apostavam e bem num jogo pelas alas. Fatai e Wagner, pelo lado dos pacenses, mostravam velocidade e criavam problemas, enquanto Mama Baldée Nildotentavamdesequilibrar, o primeiro a fazer da velocidade a principal arma, o brasileiro a tentar juntar rapidez e técnica. Certo é que os golos não apareciam, muito por culpa de Tanque e Michel Douglas, os pontas de lança de cada uma das equipas. E se o golo não aparecia através de um futebol pelos flancos e delineado, os protagonistas tentavam de longe. Vítor Gomes, na primeira parte, e El Adoua, na “O Paços foi a equipa que mais fez para ganhar, mas não definimos bem nos últimos 30 metros. O Aves jogou sempre no nosso erro. Sem adeptos é uma sensação estranha”
Vítor Oliveira
Treinador do Paços de Ferreira “Era importante não sofrer golos. Tivemos as melhores oportunidades. Pensem o que quiserem, mas jogar sem adeptos não é o caminho”
José Mota
Treinador do Aves segunda, ainda enviaram a bola à trave, mas a baliza pacense estava bem fechada. O Aves ainda teve mais uma boa oportunidade para vencer, mas o golo de Nildo, aos 48 minutos, foi bem anulado, porque o brasileiro estava fora de jogo.