CHAMPIONS DOS PE
REFORMA Terceira competição da UEFA está a ser arquitetada em segredo pela associação de clubes
Poucos saberão como será a nova taça da UEFA. A maior dúvida é antecipar se será uma competição para os clubes “menos grandes” das principais ligas ou para os “grandes” dos pequenos países
A certeza da existência de “luz verde” por parte da UEFA foi anunciada esta semana por Andrea Agnelli: em 2021/22, o futebol europeu de clubes voltará a ter uma terceira competição, a juntar à Liga dos Campeões e à Liga Europa.
As certezas terminam por aqui e mesmo esta está pendente da ratificação do Comité Executivo da UEFA, que até pode acontecer já na reunião de dezembro, em Dublin (Irlanda). O formato é desconhecido, tal como o critério de distribuição das receitas e o processo de exploração do branding. O próprio nome está por revelar, mas é mais do que previsível que a nova prova não retomará o modelo da Taça dos Vencedores das Taças, extinta em 1999.
A “bomba” estoirou em Split (Croácia), na reunião da Associação Europeia de Clubes (ECA), entre anúncios de outras medidas de alcance igualmente estrutural, como a reforma do calendário de provas internacionais – um bem finito, que obrigará a limitar as rondas preliminares –, com efeitos a partir de 2014, e o refinamento das regras do fair-play financeiro.
Do pouco que transpirou, na fase de grupos e em sistema de competições por pontos, o novo quadro competitivo europeu albergará mais 16 equipas do que as atuais 80. No futuro próximo, cada uma das três provas será disputada por 32 clubes, como já acontece com a Liga dos Campeões, que, aliás, como fórmula bem-sucedida, deverá estar a salvo destas reformas.
A “vítima” será a Liga Europa, que perderá 16 das 48 equipas, em nome do aumento da competitividade e, claro, do crescimento das receitas para os clubes. Dinheiro Como sempre, é com uma mão-cheia de dinheiro que a UEFA – pressionada pela ECA – irá convencer os clubes a avançarem para esta nova taça. Serão mais 16 a comer do bolo, mas isso não é problema para a entidade que gere o futebol europeu e que, ainda recentemente, criou a Liga das Nações para seleções. O bolo também irá crescer e, supõese, chegar a mercados habitualmente à margem destes Há 80 clubes a disputar as competições da UEFA e tudo indica que vão passar a ser 96: 32 equipa em cada prova repastos, isto é, às ligas de segunda linha continental.
É aqui que residem as maiores dúvidas. A nova competição abrirá portas aos clubes mais representativos das ligas de menor dimensão (financeira e, consequentemente, desportiva)? Ou será mais uma almofada para os clubes de topo (mas perdedores) das principais ligas? O (ainda desconhecido) sistema de apuramento esclarecerá a intenção da ECA, a associação que derivou do célebre G-14 e foi fundada, em 2008, pelo FC Porto e mais 15 clubes da elite europeia. Benfica e Sp. Braga também são membros ordinários desta corporação que reúne mais de 200 clubes, pelo menos um por cada federação nacional. Sporting e Marítimo são membros associados. Desconfiança A primeira manifestação de ceticismo veio da Ligas Euro-