“EM TUDO O QUE CONSIGO HÁ ALGO DO JESUALDO”
Desde 2010 que não treinava em Portugal. E já ia para o Médio Oriente de novo quando surgiu o convite do Rio Ave, que “não podia recusar”
O convívio com o professor marcou a carreira de José Gomes, que reconhece não ter começado da forma ideal. Ao contrário do que então julgava! Mas confessa ter aprendido uma grande lição
Não é um cidadão do mundo, mas anda lá perto. Desde que em 2010 entrou como adjunto de Jesualdo Ferreira no Málaga, não voltara ao país, até agora, após o convite do Rio Ave. “Já estava de malas feitas para outro país do Médio Oriente, fruto do trabalho que desenvolvi na zona, principalmente no Al Taawon, da Arábia Saudita. Não podia recusar este convite e a possibilidade de voltara trabalhar no meu país.” No início da carreira, tinha sido treinador principal no Paços de Ferreira, depois de dois anos a trabalhar como preparador físico do Benfica. “Tive o prazer de trabalhar com o Toni e o Jesualdo e depois o Camacho, com quem ainda hoje tenho uma relação muito forte.”
No Paços de Ferreira, a primeira vez como principal, nem tudo correu bem...
“Já lá tinha estado com o António Jesus, que já faleceu, e o Costeado. Era uma equipa técnica de três pessoas, que resultou. Também estive lá com o José Mota. No Paços, começou a minha primeira aventura como treinador principal e achei que estava preparadíssimo e que o Paços iria ser a equipa-sensação e que iríamos rebentar com aquilo. E estava tão confiante que nem me preocupei muito com os jogadores que iriam fazer parte do plantel. Fui ingénuo e aprendi uma grande lição. Durou pouco tempo. Ao fim de dois meses, a equipa técnica já tinha sido despedida. Fiquei frustrado, nem queria ouvir falar de futebol.”
A experiência serviu para a vida. José Gomes prosseguiu a carreira no Aves, Leixões, Moreirense, U. Leiria, de novo Aves, até que surgiu o convite de Jesualdo Ferreira, para fazer parte da equipa técnica do FC Porto... “Foi o momento da minha carreira. A relação que já tinha com o Jesualdo era muito forte, as aprendizagens foram riquíssimas. Conhecia o FC Porto de ver os jogos nas bancadas como assistente, e o professor deu-me a oportunidade de aprender muito. Construímos uma equipa técnica fortíssima, ainda hoje nos reunimos para conviver, com o Rui Barros, o João Pinto, o Rui Silva. Foram dois anos muito bons, apesar do que aconteceu no segundo ano, em que nos tiraram dois jogadores fundamentais durante meses, e depois, no final da época, decidiram que o castigo era apenas três jogos.” Não há dúvidas para José Gomes: “O professor foi muito importante na minha carreira. Não me canso de repetir: em tudo o que vou conseguindo de bom, há sempre uma parte que é do Jesualdo, porque é um mestre no que concerne ao ensino do jogo, ao crescimento de um jogador, a ensiná-lo a perceber o jogo.”
“O professor é um mestre na arte de ensinar um jogador a perceber o jogo” “No Paços comecei a carreira como principal e achei que estava preparadíssimo” José Gomes Treinador do Rio Ave