“Dono disto tudo”
Asapiência popular diz que “Azeite de cima, mel do meio e vinho do fundo, não enganam o mundo”. Transportar aquele conceito para o panorama atual do futebol nacional, só mesmo em termos competitivos pois no que tange ao comportamento de responsáveis a realidade é tão degradante que o efeito se mostra mesmerizante e, de alguma forma porque confrangedora, chega a ser tocante devido à cacofonia de todos os pretensos “guias espirituais” a falarem ao mesmo tempo. De igual modo, o que vai chegando à opinião pública sobre os meandros da tutela não abona quanto a responsabilidade, equidistância, independência, transparência e rigor. As declarações do ex-presidente do IPDJ, relativas a suposta quebra de relação com superior hierárquico após transmitir decisão final sobre processo disciplinar movido ao SL Benfica, apesar de enformarem desculpa de mau pagador por só proferidas depois de se saber da sua demissão, revelam muito da influência e da preponderância exercidas por determinadas instituições. Se a banca tinha “um dono disto tudo”, o desporto, sobretudo o futebol, os últimos factos e ações judiciais assim o revelam, também encerra um pretenso “dono disto tudo”. O reportado pelo Dr. Augusto Baganha não se afigura despiciendo, principalmente para quem conhece, já passou e sentiu pressões e situações semelhantes. A honestidade nem sempre é a melhor política.