DIABOS ENTRAM NOS EIXOS
United recupera terreno com triunfo (2-1) ante o até ontem cem por cento vitorioso Watford. Exibição dispensava sofrimento final
Red devils alcançam Tottenham no 6.º lugar, mas mantêm seis pontos de atraso para líderes. Por sua vez, o rival Man. City passou com segurança o Fulham (3-0), com Bernardo Silva em bom plano
José Mourinho só pôde respirar de alívio com o apito final, mas o desempenho do Man. United frente ao Watford – até ontem cem por cento vitorioso na liga – justificou em pleno a conquista dos três pontos (2-1), depois de chegar ao descanso com dois golos de vantagem, assinados por Lukaku e Smalling, e a prometer a goleada.
“Tenho pena que não tenham imagens do balneário ao intervalo, porque previ exatamente o que iria acontecer: ou seria um jogo para dar quatro ou cinco a zero, ou poderíamos ficar em grandes apuros”, revelou, no final, Mourinho.
Confirmou-se a segunda possibilidade, quando, inesperadamente, Gray encontrou espaço na área para finalizar a passe de Doucouré, aos 65’. A equipa de Javi Gracia, moralizada com o triunfo anterior – deu a volta ao marcador frente ao Tottenham, no Vicarage Road, na última meia hora –, voltou a acreditar. E, nos minutos finais, valeu De Gea para negar o sucesso a Doucouré e Kabasele. Para Mourinho, Lukaku é o epítome do comportamento do conjunto. “Ele foi a imagem da equipa. Aquele desarme à direita da defesa diz tudo. Jogámos muito bem em longos períodos, mas mostrámos experiência para lidar com a situação quando o resultado abriu”, analisou o técnico.
A etapa inicial pertencera aos red devils, apesar do protagonismo do guardião Foster. Com Pogba (jogo 100 pelo United) a marcar o ritmo e Alexis Sánchez a fazer fluir o jogo ofensivo, Lukaku perdeu o golo inaugural logo aos 2’. Com exceção de um tiro de DeeneyparadefesadeDeGea, aos 16’, foi sempre o United a ameaçar,chegandoaogolopor Lukaku, com um pouco ortodoxo desvio com a barriga, aos 35’. A avalanche ofensiva intensificou-se e Foster só não evitou um grande golo, à meia-volta,deSmalling.“Asegunda parte seria mais contida. Baixámos de intensidade, aconteceu o golo e o jogo ficou aberto”, resumiu Mou. Mas a vitória não escapou. “Estamos comosmesmospontosdeTot-
tenham e Arsenal e a quatro e seis das outras equipas do topo. Tínhamos de vencer aqui”, admitiu.
Mais confortável foi o triunfo do City frente ao Fulham por 3-0. A equipa de Jokanovic tentousurpreendernoEtihad, entrando a todo o gás, mas foi penalizada no primeiro contragolpe, concluído por Sané, aos 2’. Bernardo Silva foi um dos melhores na equipa de Guardiola. Muito desenvolto no ataque dos citizens e sempre trabalhar bem a bola, o luso originou o 2-0, indo a linha cruzar para último desvio de David Silva (golo 50 no jogo 350 pelo City). Aguero não fez o gosto ao pé, mas produziu o terceiro golo. Antes de se lesionar e ser rendido por Gabriel Jesus, sendo dúvida para a receção ao Lyon na Champions, o argentino fugiu à marcação e ofereceu o tento a Sterling.
“Lukaku é a imagem da equipa. Veja-se aquele desarme e a ajuda defensiva nos minutos finais”
“Poderíamos ter matado o jogo. Só estou frustrado por não termos dado sequência à primeira parte”
“Estou feliz pelos pontos. Estamos a par do Tottenham e Arsenal e a seis dos primeiros”
José Mourinho
Treinador do Manchester United
“Seria impossível estar mais satisfeito com Bernardo. É um exemplo perfeito”
“É especial. Inteligente a jogar em todas as posições. Excelente até como pessoa”
“Agradeço imenso ao clube por ter comprado este rapaz ao Mónaco”
Pep Guardiola
Treinador do Manchester City