Raphinha “esfola”,Bruno “mata”
SPORTING UM A UM
Exibição positiva do francês, que continua a justificar a titularidade na baliza do leão. Seguro a sair aos cruzamentos e a agarrar um ou outro remate fácil, teve o momento mais alto na segunda parte, quando deu uma autêntica palmada a um disparo de Jean Cléber (49’). Sem qualquer culpa no golo de Correa.
Na estreia a titular pelos leões, o lateral entrou com mais vontade do que discernimento: foi acertando aos poucos e lá percebeu por onde tinha de entrar quando combinava no corredor com Raphinha e por dentro com Bruno Fernandes. Atitude e compromisso.
Uma exibição ao seu estilo: calma, a liderar o quarteto defensivo e a dobrar as falhas dos colegas quando necessário. Já na compensação da etapa inicial, foi à pequena área cabecear um palmo ao lado da baliza de Charles. Bem, novamente, a levar a bola e a encontrar espaços.
Um amarelo imprudente na primeira parte quando tinha Coates a controlar Rodrigo Pinho, mas no global uma exibição positiva. Aliás, as fragilidades defensivas do Sporting foram criadas pelos homens à frente dos centrais.
Demonstrou, uma vez mais, grandes dificuldades no processo defensivo, fosse na reação à perda de bola ou nas combinações que o Marítimo tentou fazer pelo corredor direito. Ofensivamente, um par de centros com conta, peso e medida, mas pouco mais. Demora demasiado tempo a decidir o que fazer.
A estreia pela seleção não lhe subiu à cabeça... mas desceulhe às pernas. Visivelmente diminuído, foi com esforço que tentou dar equilíbrio ao Sporting, mas sem êxito. Deu espaço para que o Marítimo colocasse a bola em zonas interiores sem necessidade. Ainda assim, importante com desarmes e faltas úteis.
Tal como Battaglia, também viajou para os Estados Unidos na paragem de seleções. Veio cansado, desconcentrado e isso valeu ao Sporting uma bola que viria a acabar nos pés de Correa... e depois dentro da baliza de Salin. Um remate em jeito (37’) para Charles voar tranquilamente. O extremo “pediu”, Peseiro deu-lhe a titularidade, mas... o
corredor errado. Não trouxe a habitual irreverência a atuar pela esquerda, apesar de ter sido por ali que bailou perante os defesas do Marítimo até ganhar o penálti do 2-0. Um remate digno de registo na primeira parte, ao minuto 36’.
Está a dar passos largos rumo à forma que o fez brilhar no ano passado. Ontem, entrou apagado, mas acabou o jogo a iluminar o leão. É ele quem marca o penálti que dá o 2-0 e é ele quem faz descansar os adeptos com um potente disparo rumo ao 3-1 – que por acaso apareceu instantes após o Marítimo reduzir. Não marcou? O remate não estava a sair como queria? Dominou mal algumas bolas que podiam ter dado golo? Sim, mas é ele quem dá o toque para o 1-0, apontado por Raphinha, e para o 3-1, de Bruno Fernandes. Avançado sombra que ontem acabou por ter um papel importante no triunfo verde e branco.
Entrada a todo o gás: ações com selo de qualidade, fosse no desarme ou no capítulo do passe. Impressiona pela sua capacidade física e promete vir a ser uma peça importante no futuro deste Sporting. Entrada com confiança: quis ter a bola no pé, saber gerir o jogo e o seu ritmo e fê-lo cheio de qualidade. Saiu após uma entrada brutal de Luca Áfrico já no período de compensação da segunda parte que o deixou claramente mal tratado, ao ser atingido com o pé no peito.
Entrou para Peseiro ganhar tempo e, sobretudo, para os aplausos. Mal tocou na bola e, quando o fez... tropeçou. Colocou-se atrás do ponta de lança, ou seja, cheira mesmo a segundo avançado.