O Jogo

CANDIDATO, SIM SENHOR

GOLO DE DYEGO SOUSA ABATE O LEÃO E COLA MINHOTOS AO BENFICA NA LIDERANÇA

- Textos PEDRO MARQUES COSTA

Abel: “Temos um motor novo e estamos a rodá-lo”

Peseiro: “Temos um futuro risonho pela frente”

Um golo de Dyego Sousa retirou a invencibil­idade ao Sporting e permitiu que o Braga se voltasse a colar ao Benfica na liderança do campeonato. José Peseiro precisa dar uma ideia de jogo a esta equipa...

O medo de perder é chato. Tão chato que, normalment­e, acaba mesmo em derrota. Foi assim o Sporting de ontem. Desta vez, o jogo especulati­vo e racional que José Peseiro trouxe para este arranque de época esbarrou de frente na ambição do Braga, uma equipa que, por muito que Abel Ferreira continue a não querer assumir, tem qualidade individual e coletiva para se intrometer, de uma vez por todas, na luta pelo título. E ontem voltou a prová-lo. Não que tenha feito uma grande exibição – o Sporting também foi, na maior parte do tempo, competente a defender (e este é o único elogio que se pode fazer aos leões…) –, mas porque mostrou sempre mais ambição, mais vontade e, sobretudo, uma ideia de jogo mais trabalhada e consistent­e do que a do rival de Alvalade.

A verdade é que, nos primeiros segundos do jogo, a bola já rondava a baliza de Salin, num sinal claro da intenção que o Braga tinha em atacar de frente este desafio. A equipa de Abel quis entrar forte, tendo tentado colocar desde logo uma forte dinâmica e velocidade no último terço de terreno; chegou a dar a sensação que o conseguia, mas o Sporting tratou de meter gelo no jogo e colocá-lo ao ritmo que desejava: lento, muito lento. Durante toda a primeira parte, as duas equipas amarraram-se de tal forma que escasseara­m as oportunida­des de golo. Ainda assim, os melhores momentos do Braga foram sempre melhores do que os melhores do Sporting…

Ao intervalo, José Peseiro tentou acabar coma do seu ataque através da clássica troca de flanco dos dois extremos: Raphinhap passou para a esquerda, Nani colou-se à direita. Obviamente, nada mudou. Gudelj andou sempre longe da bola, Battaglia parecia correr em sentido contrário e Bruno Fernandes não foi capaz de pegar no jogo. Sobrava a bola longa para o pequeno Montero (fácil de anular para os centrais do Braga) e a inspiração individual de Raphinha, o único com capacidade para desequilib­rar.

Enquanto a sanidade mental dos jogadores do Sporting se consumia rapidament­e pela falta de ideias ofensivas, o Braga voltava a crescer na partida. À equipa minhota faltava, porém, mais e melhor critério no momento da decisão. Por isso, um dos momentos do jogo foi a surpreende­nte entrada de Eduardo, que tinha sido, até ontem, pouco utilizado esta época (61’ com o Nacional). Abel Ferreira abdicou da profundida­de que Wilson Eduardo nunca teve para procurar ligar melhor o jogo interior da equipa coma entra dado médiobrasi­leiro. A teoria resultou e Eduardo acabou por construir o golo, apontado pelo inevitável Dyego Sousa.

Depois desse momento, chegou o grande teste ao Sporting: já não era possível continuar a especular com o jogo, era preciso mostrar que, afinal, havia vida para além da defesa. Mas a realidade mostrou que não havia. Do banco não saiu nada de novo, a não ser uma jogada individual (mais uma…) de Jovane, pelo que o Braga até se deu ao luxo de gerir a vantagem sempre com relativa tranquilid­ade.

No regresso de Peseiro à Pedreira, o Sporting perdeu pela primeira vez esta época e deixou de ser líder, enquanto o Braga voltou a juntar-se ao Benfica no topo da tabela. E a verdade é que há nove anos os arsenalist­as não somavam 13 pontos à 5.ª jornada; foi na tal época em que lutou até ao final pelo título com o Benfica.

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Montero saiu para dar o lugar a Castaignos
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