Danilo e Pizzi, as prendas

Oinício de época ofereceu duas prendas ao futebol português: o regresso à atividade de Danilo e a volta da magia às botas de Pizzi. Eles são do melhor que pode haver nos nossos relvados e a qualidade nunca é de mais. Apesar do acerto na parte final da época passada da dupla Herrera/Sérgio Oliveira, no dealbar da nova campanha Sérgio Conceição suspirava por Danilo, o equilibrador que mistura presença física com leitura de jogo e inteligência. Com ele em campo, o FC Porto é outra equipa, pode até mudar o sistema de jogo (sem que seja uma obrigação), como aconteceu na visita ao Schalke 04. Curiosamente, o retorno de Danilo – fez 180 minutos seguidos na mesma semana (terça e sábado) – coincidiu com o eclipsar de Herrera, que na Alemanha fez uma segunda parte medonha e em Setúbal continuou abaixo do mínimo esperado. Tem uma coisa a ver com a outra? Sim e não. Se é verdade que, com Danilo em campo, Herrera joga uns metros mais à frente e nos últimos tempos estava rotinado com o duplo pivô, tanto no clube como na seleção, o que o obriga a mudar ligeiramente o chip, não é menos certo que a urgência do regresso de Danilo tinha a ver com o desacerto da dupla e as vezes sem conta em que a equipa era apanhada em contrapé. Danilo não é a causa do abaixamento – pode ser pontual – de Herrera, é o escudo dele. O caso de Pizzi é diferente. Depois de uma época irreconhecível, em que em vez da equipa carregou nas costas o peso de não estar a conseguir comandá-la, está de volta à forma soberba que fez dele um dos heróis do tetra do Benfica. Este Pizzi é outra vez aquele jogador que está para além do sistema. Pode ser o patrão de um meio-campo a três, pode alinhar sozinho ao lado de Fejsa num esquema de 4x4x2, ser extremo ou um dez a partir da linha para dentro se o treinador decidir muscular o miolo com dois médiosdefensivos. Anteontem, frente ao Aves, houve muita gente a falar do miúdo João Félix esquecendo os pés que o embalaram.