Polémicas com o VAR põem em brasa a Liga espanhola
Fim de semana que passou acrescentou à discussão os dois colossos, Real Madrid e Barcelona, dando-lhe uma dimensão que ainda não tinha
Um defesa do Barcelona foi expulso graças ao VAR um dia depois de a mesma tecnologia ter dado ao Real Madrid o golo da vitória. A videoarbitragem está no centro da discussão. O selecionador é grande fã
Cinco jornadas disputadas e muita polémica é, de forma telegráfica, como pode ser definida a introdução da videoarbitragem no campeonato espanhol. Depois de episódios com equipas médias e pequenas, eis que na jornada deste fim de semana os protagonistas deram pelos nomes de Real Madrid e Barcelona. A coisa ganhou, de imediato, proporções gigantescas, tanto dentro de campo como – sobretudo – na Imprensa.
Depois do golo de Asensio, sábado, que deu a vitória pela margem mínima ao Real Madrid ter sido anulado por Mateo Lahoz e validado pelo VAR, o caso da jornada surgiu na noite de domingo: o central do Barcelona Lenglet foi expulso por intervenção do VAR devido a uma cotovelada em Pere Pons, do Girona. A revolta apoderou-se dos jogadores e adeptos culés – ao intervalo, Piqué recriminou o árbitro Gil Manzano, discordando do cartão vermelho que mostrou depois de rever as imagens e “apontandolhe” o historial (quatro expulsões de jogadores do Barça nos últimos três anos), detalhe a que a Imprensa catalã deu, de resto, bastante ênfase; no final da partida, Messi deixou o juiz de mão estendida, recusando-se a cumprimentá-lo. Já ontem, soube-se que o clube catalão recorrerá do castigo que vier a ser aplicado ao defesa francês contratado ao Sevilha.
Tratando-se das duas equipas que a Liga espanhola pretende que disputem nos Estados Unidos o primeiro encontro do campeonato alémfrontreiras (algo que a federação não aceita), foi tudo menos boa publicidade ao futebol do país vizinho...
Como ilustração da confusão que se instalou entre intervenientes e adeptos a pro- pósito do VAR, a edição online do diário desportivo mais lido em Espanha, o “Marca”, fez uma compilação de onze lances em que a tecnologia interveio sem que tenha gerado consensos – os já referidos a envolver Real e Barça, mas também outros, como o segundo golo do Celta no empate a três com o Valladolid, aparentemente precedido de mão do marcador; a primeira expulsão do VAR, de Abdoulaye (Rayo Vallecano); o golo anulado a Ben Yedder (Sevilha), na derrota com o Getafe, que um programa televisivo disse ser um erro de onze centímetros; ou um dos dois golos de André Silva na goleada do Sevilha em casa do Rayo Vallecano, na primeira jornada, que começou por ser invalidado por posição irregular do português.