LEÃO DE BETÃO PEDE OUTRA MÚSICA
Derrota em Braga não abala a solidez no processo defensivo tido como prioritário. Falta ainda olear a articulação ofensiva
José Peseiro reforçou na Pedreira a confiança num “futuro risonho” para os leões, perspetiva partilhada pelos técnicos ouvidos por O JOGO. Consolidar processos na construção de jogo é o passo que se segue
A consistência primeiro. A nota artística pode ficar para depois. Em traços gerais, foi sendo fiel a este conceito que José Peseiro partiu para a construção da equipa que sofreu a primeira derrota da época na passada segunda-feira, em Braga. O desaire em Braga, contudo, em nada belisca a solidez defensiva tida como prioritária pelo técnico leonino – só Benfica e Feirense sofrem menos golos que o Sporting – e a margem de progressão sustentada por Peseiro é algo com que os treinadores consultados por O JOGO concordam.
“Ao nível do processo defensivo, o Sporting está bem para o tempo de época que temos. Muito por fruto da sua linha de quatro, quase sempre bem posicionada, mais o Battaglia. Em termos ofensivos, ainda não tem dinâmicas enraizadas... Tem muito a melhorar, foi uma opção de José Peseiro, mas não tenho dúvida que será uma equipam ais ofensiva”, começa por analisar Ricardo Soares, antes de prosseguir: “Há Bruno Fernandes para o processo ofensivo. Quando Gudelj estiver rotinado, não tenho dúvidas que vai ser uma grande mais-valia para o Sporting.”
“Julgo que, com o processo defensivo bem consolidado, poderemos ver uma equipa completamente diferente daqui a duas, três semanas”, prosseguiu o ex-técnico de Académica, Chaves ou Vizela, entre outros, para passar a perspetivar o futuro próximo da equipa comandada por José Peseiro: “Quando Bas Dost
voltar, o Sporting vai poder explorar ainda mais o seu jogo de corredor. Muitas vezes não é preciso olhar, é só colocar a bola.”
Já Porfírio Amorim, treinador de 57 anos que chegou a ser coordenador técnico do Sporting, a evolução do Sporting será feita de forma gradual e sustentada, independentemente do sistema tático ou o aprimorar da articulação do duplo pivô defensivo interpretado por Gudelj e Battaglia. “Os sistemas valem pouco, vale muito mais a dinâmica, as articulações, as coberturas, as ruturas. Acho que Peseiro tem andado a procurar a melhor solução. Acho que ainda está à procura de uma identidade, de uma equipa”, começa por referir para apontar ainda outros fatores: “A ausência de Bas Dost é muito notada e Bruno Fernandes está a pagar a fatura do esforço para uma época notável em 2017/18. Vai voltar a esse nível em breve.”
“Com o processo defensivo bem consolidado, veremos uma equipa”
Ricardo Soares
Treinador