O Jogo

Afinal, as bolas são de latão

Ronaldo só pode ter respeito eterno pelos prémios da FIFA e pelos jogadores que lhe fazem chegar o jogo redondo

- José Manuel Ribeiro jm.ribeiro@ojogo.pt

1Os cinco troféus de melhor jogador do mundo que Cristiano Ronaldo guarda na Madeira são de origem duvidosa. Quem o diz é o clube dele, a família, compatriot­as e até o selecionad­or Fernando Santos, que não percebe como pode o melhor golo do melhor do mundo ficar sem prémio, numa lógica que nem chega a ser da batata. Ronaldo tratou de ser irrefutáve­l. Apesar dos debates, ele saiu do domínio da opinião há muito tempo e entrou no domínio dos factos. São os recordes nas ligas mais competitiv­as, é a regularida­de e, neste último terço da carreira, também as taças de tudo e mais alguma coisa. Mas quem deu o prémio de melhor do mundo a Modric, anteontem, foram os mesmos vigaristas que lhe deram a ele os cinco que estão no Funchal. Qualquer outra atitude que não seja a de respeito eterno pelos prémios da FIFA é uma infantilid­ade, ainda que Ronaldo tenha todo o direito a ser infantil. O troféu de Modric começou no debate sobre Iniesta, que marcou o futebol e nunca foi distinguid­o, só porque nem sempre era ele a empurrar para a baliza os golos que também produzia. Ronaldo deve ter uns quantos desses para agradecer a Modric. Ou Quaresma. Ou Giggs.

2Luisão é uma quimera, isto é, uma criatura de existência improvável: um internacio­nal brasileiro, titular, que fez toda a carreira sénior num clube português. O Benfica de Jesus talvez fosse impossível sem a estabilida­de e os anos de casa que ele ofereceu, acabando com década e meia de equipas e jogadores varridos época sim, época não. Foi um luxo.

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