Não sei se o Braga é candidato nem isso me importa nada
1 A vitória do SC Braga sobre o Sporting CP na passada jornada motivou a exaltação da equipa bracarense por adeptos, comentadores, jornalistas, etc… De repente, parece que o Braga deixou de poder dizer que não é candidato. Os jornais multiplicaram-se em análises estatísticas ao rendimento da equipa para concluírem que este é igual e superior, em muitos aspetos, aos dos três crónicos candidatos. Muitas palavras foram dedicadas, na Imprensa escrita, falada e televisionada, aos jogadores do Braga, analisando-os individualmente, as suas características, defeitos e virtudes. O treinador bracarense ganhou, neste jogo, mais boas “dores de cabeça” (a juntar às que tem, fruto da qualidade do plantel) com Eduardo a mostrar a sua qualidade e a sua apetência para jogar como segundo avançado e Pablo a afirmar-se como um defesa seguro e muito concentrado. Uma vitória que, mais do que os três pontos ganhos, suscitou uma euforia generalizada em redor da equipa e do clube. Abel Ferreira, no seu jeito especial de tratar estes assuntos, procurou desvalorizar a vitória, ou seja, conhecedor do perigo destas euforias coletivas mediatizadas, tentou manter os “pés no chão”. Fê-lo recordando a desilusão da eliminação precoce na Liga Europa frente ao Zorya (a equipa aprende quando perde) e colocando o ênfase na pergunta que a vitória frente aos leões lhe suscita: “onde podemos melhorar?” (a equipa aprende quando vence). Parece evidente que esta equipa do Braga de 2018/19 tem enorme potencial, excelentes jogadores, uma equipa técnica competente e uma Direção estável. Não sei se é ou não candidato e, verdadeiramente, nem isso me importa nada. Interessa-me é, acima de tudo, desfrutar do jogo, de cada jogo (sou um adepto do futebol), vencer quando pudermos e, no final, sentir orgulho no clube da minha cidade. 2 Tem-se falado dos castigos aplicados ao SC Braga e SL Benfica. Os clubes sancionados têm-se desdobrado em manobras processuais, na defesa dos seus interesses e direitos e na tentativa de revogar a decisão do órgão disciplinar. Até aí, nada de novo. O que me surpreendeu verdadeiramente foi ler as declarações do presidente da Belenenses, SAD, na qualidade de representante do designado Grupo G15, a insurgir-se contra a tipificação, no regulamento disciplinar, da sanção do “jogo à porta fechada”. Lembro-me de ter lido uma entrevista de José Meirim, presidente do CD, no qual ele referiu que se limitou a aplicar as regras que foram definidas pelos clubes nas instâncias próprias. E assim foi. Sucede que, aparentemente, os clubes estavam distraídos quando aprovaram tais regras disciplinares e, na verdade, não era bem isso que eles queriam. É constrangedor verificar a leviandade com que se trata estes assuntos. Eu concordo com a opinião de que a sanção do “jogo à porta fechada” é a negação do futebol enquanto entretenimento. E não foi preciso ter visto as bancadas do Estádio do Paços de Ferreira despidas de público no jogo em que cumpriu o castigo para ter concluído isso. E os senhores donos das SAD e clubes estavam tão distraídos que não ponderaram sequer isso quando aprovaram as alterações ao Regulamento Disciplinar? Lá teremos que colocar o VAR na Assembleia Geral da LPFP para corrigir os erros e as distrações...
Aparentemente, os clubes estavam distraídos quando aprovaram tais regras disciplinares e, na verdade, não era bem isso que eles queriam