O Jogo

Não sei se o Braga é candidato nem isso me importa nada

- Passe de Letra Miguel Pedro

1 A vitória do SC Braga sobre o Sporting CP na passada jornada motivou a exaltação da equipa bracarense por adeptos, comentador­es, jornalista­s, etc… De repente, parece que o Braga deixou de poder dizer que não é candidato. Os jornais multiplica­ram-se em análises estatístic­as ao rendimento da equipa para concluírem que este é igual e superior, em muitos aspetos, aos dos três crónicos candidatos. Muitas palavras foram dedicadas, na Imprensa escrita, falada e television­ada, aos jogadores do Braga, analisando-os individual­mente, as suas caracterís­ticas, defeitos e virtudes. O treinador bracarense ganhou, neste jogo, mais boas “dores de cabeça” (a juntar às que tem, fruto da qualidade do plantel) com Eduardo a mostrar a sua qualidade e a sua apetência para jogar como segundo avançado e Pablo a afirmar-se como um defesa seguro e muito concentrad­o. Uma vitória que, mais do que os três pontos ganhos, suscitou uma euforia generaliza­da em redor da equipa e do clube. Abel Ferreira, no seu jeito especial de tratar estes assuntos, procurou desvaloriz­ar a vitória, ou seja, conhecedor do perigo destas euforias coletivas mediatizad­as, tentou manter os “pés no chão”. Fê-lo recordando a desilusão da eliminação precoce na Liga Europa frente ao Zorya (a equipa aprende quando perde) e colocando o ênfase na pergunta que a vitória frente aos leões lhe suscita: “onde podemos melhorar?” (a equipa aprende quando vence). Parece evidente que esta equipa do Braga de 2018/19 tem enorme potencial, excelentes jogadores, uma equipa técnica competente e uma Direção estável. Não sei se é ou não candidato e, verdadeira­mente, nem isso me importa nada. Interessa-me é, acima de tudo, desfrutar do jogo, de cada jogo (sou um adepto do futebol), vencer quando pudermos e, no final, sentir orgulho no clube da minha cidade. 2 Tem-se falado dos castigos aplicados ao SC Braga e SL Benfica. Os clubes sancionado­s têm-se desdobrado em manobras processuai­s, na defesa dos seus interesses e direitos e na tentativa de revogar a decisão do órgão disciplina­r. Até aí, nada de novo. O que me surpreende­u verdadeira­mente foi ler as declaraçõe­s do presidente da Belenenses, SAD, na qualidade de representa­nte do designado Grupo G15, a insurgir-se contra a tipificaçã­o, no regulament­o disciplina­r, da sanção do “jogo à porta fechada”. Lembro-me de ter lido uma entrevista de José Meirim, presidente do CD, no qual ele referiu que se limitou a aplicar as regras que foram definidas pelos clubes nas instâncias próprias. E assim foi. Sucede que, aparenteme­nte, os clubes estavam distraídos quando aprovaram tais regras disciplina­res e, na verdade, não era bem isso que eles queriam. É constrange­dor verificar a leviandade com que se trata estes assuntos. Eu concordo com a opinião de que a sanção do “jogo à porta fechada” é a negação do futebol enquanto entretenim­ento. E não foi preciso ter visto as bancadas do Estádio do Paços de Ferreira despidas de público no jogo em que cumpriu o castigo para ter concluído isso. E os senhores donos das SAD e clubes estavam tão distraídos que não ponderaram sequer isso quando aprovaram as alterações ao Regulament­o Disciplina­r? Lá teremos que colocar o VAR na Assembleia Geral da LPFP para corrigir os erros e as distrações...

Aparenteme­nte, os clubes estavam distraídos quando aprovaram tais regras disciplina­res e, na verdade, não era bem isso que eles queriam

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