“Temos uma grande fome de conquistas no Braga”
Reforço das guerreiras do Minho depois de um período de indefinição sobre o futuro, a lateral-direita ex-Sporting abordou o passado e o futuro em entrevista a O JOGO
Sem pré-temporada, a defesa treinou por conta própria várias semanas até optar por rumar às vencedoras da Supertaça. No Sporting, sente que poderia “ter sido mais feliz” a nível individual
Antes dos jogos não abdica de ligar à mãe, que costumava estar de megafone em punho nos jogos do Fofó, e quando pisa o campo, reza sempre, por ajudar à concentração. Depois de ter ganho tudo em 2017/18 pelo Sporting, Matilde Fidalgo não chegou a acordo para renovar com os leões e assinou pelo Braga, já com a época em curso. De educação extrema, dona de grande carácter, a defesa de 24 anos é determinada e diz quem a conhece que é muito exigente e com vontade de aprender sempre mais. Perdeu a pré-temporada. Como manteve a forma? —Fui treinando por minha conta para tentar garantir que conseguia ingressar num plantel a qualquer momento, sem ter uma grande discrepância para as restantes jogadoras. Obviamente acho que ainda posso melhorar os meus índices, mas é início de época e é normal que atinja o pico de forma mais para a frente. Que balanço faz da passagem pelo Sporting? —Faço um balanço positivo. Dei-me bem com o grupo, trabalhei com pessoas pelas quais tenho estima e fui feliz nos resultados. Infelizmente acho que, a nível individual, podia ter sido mais feliz e é isso que vou procurar fazer agora. Quando surgiu o convite do Braga, nem pensou duas vezes? —Pensei, obviamente. Não tomo decisões de ânimo leve e, ainda para mais, mudar-me para Braga implica uma alteração significativa na minha vida. Mas o Braga tem-se mostrado nestes anos uma equipa muito forte e decidi arriscar, por ter como referências que o rigor e a qualidade de treino eram as melhores. Acho que o Braga reúne não só condições para ganhar títulos, como também me proporciona um espaço onde acredito que vou crescer enquanto jogadora. Que opinião tem da estrutura do Braga? —Pude confirmar que a ideia que me foi transmitida coincide com a realidade, ou seja, existe um grande grau de exigência cobrado às jogadoras, tanto da parte da equipa técnica como das próprias atletas, pela forma como imprimem competitividade nos momentos de treino. E depois também é muito nítida a vontade de vencer todos os jogos, da forma mais destacada possível, e conquistar todos os títulos que se disputarem. O Braga venceu a Supertaça, quebrando uma série de conquistas do Sporting. Acha que representa o início de uma nova era? —Acho que a vitória é o reflexo da grande paridade que há entre ambas as equipas. Obviamente, a vitória do Braga na Supertaça tem um valor simbólico grande, porque mostra ao resto do mundo aquilo que para o Braga já era nítido, que era possível ganhar. Acho que isso poderá ser positivo para o resto da época, mas não decisivo. Sente que há um grande espírito de conquista no balneário? —Sim, acho que há uma grande fome de conquistas que a qualidade já merecia matar. Uma conquista grande já foi feita, mas o Braga quer ganhar o campeonato e a Taça de Portugal, é nítido e frontal.