O Jogo

“Temos uma grande fome de conquistas no Braga”

Reforço das guerreiras do Minho depois de um período de indefiniçã­o sobre o futuro, a lateral-direita ex-Sporting abordou o passado e o futuro em entrevista a O JOGO

- PAULO NUNES TEIXEIRA

Sem pré-temporada, a defesa treinou por conta própria várias semanas até optar por rumar às vencedoras da Supertaça. No Sporting, sente que poderia “ter sido mais feliz” a nível individual

Antes dos jogos não abdica de ligar à mãe, que costumava estar de megafone em punho nos jogos do Fofó, e quando pisa o campo, reza sempre, por ajudar à concentraç­ão. Depois de ter ganho tudo em 2017/18 pelo Sporting, Matilde Fidalgo não chegou a acordo para renovar com os leões e assinou pelo Braga, já com a época em curso. De educação extrema, dona de grande carácter, a defesa de 24 anos é determinad­a e diz quem a conhece que é muito exigente e com vontade de aprender sempre mais. Perdeu a pré-temporada. Como manteve a forma? —Fui treinando por minha conta para tentar garantir que conseguia ingressar num plantel a qualquer momento, sem ter uma grande discrepânc­ia para as restantes jogadoras. Obviamente acho que ainda posso melhorar os meus índices, mas é início de época e é normal que atinja o pico de forma mais para a frente. Que balanço faz da passagem pelo Sporting? —Faço um balanço positivo. Dei-me bem com o grupo, trabalhei com pessoas pelas quais tenho estima e fui feliz nos resultados. Infelizmen­te acho que, a nível individual, podia ter sido mais feliz e é isso que vou procurar fazer agora. Quando surgiu o convite do Braga, nem pensou duas vezes? —Pensei, obviamente. Não tomo decisões de ânimo leve e, ainda para mais, mudar-me para Braga implica uma alteração significat­iva na minha vida. Mas o Braga tem-se mostrado nestes anos uma equipa muito forte e decidi arriscar, por ter como referência­s que o rigor e a qualidade de treino eram as melhores. Acho que o Braga reúne não só condições para ganhar títulos, como também me proporcion­a um espaço onde acredito que vou crescer enquanto jogadora. Que opinião tem da estrutura do Braga? —Pude confirmar que a ideia que me foi transmitid­a coincide com a realidade, ou seja, existe um grande grau de exigência cobrado às jogadoras, tanto da parte da equipa técnica como das próprias atletas, pela forma como imprimem competitiv­idade nos momentos de treino. E depois também é muito nítida a vontade de vencer todos os jogos, da forma mais destacada possível, e conquistar todos os títulos que se disputarem. O Braga venceu a Supertaça, quebrando uma série de conquistas do Sporting. Acha que representa o início de uma nova era? —Acho que a vitória é o reflexo da grande paridade que há entre ambas as equipas. Obviamente, a vitória do Braga na Supertaça tem um valor simbólico grande, porque mostra ao resto do mundo aquilo que para o Braga já era nítido, que era possível ganhar. Acho que isso poderá ser positivo para o resto da época, mas não decisivo. Sente que há um grande espírito de conquista no balneário? —Sim, acho que há uma grande fome de conquistas que a qualidade já merecia matar. Uma conquista grande já foi feita, mas o Braga quer ganhar o campeonato e a Taça de Portugal, é nítido e frontal.

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Depois de uma época de êxitos no Sporting, a internacio­nal portuguesa Matilde Fidalgo rumou ao Braga

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