O Jogo

Rúben vs Militão: o duro e o hábil

Análise detalhada aos dois centrais do momento

- ANDRÉ MORAIS ANA LUÍSA MAGALHÃES

O JOGO pediu a 18 centrais para avaliarem Rúben Dias e o portista em 14 parâmetros diferentes. Militão ficou um pouco à frente, essencialm­ente porque tem qualidades mais diversific­adas

Dois miúdos ao comando das defesas de Benfica e FC Porto é cenário que só o “Football Manager 2019” conseguiu antever. Rúben Dias e Éder Militão são promessas reais, mas os scouts virtuais andam um passo à frente dos scouts de verdade. Já há algumas edições domítico jogo simulador de treinadore­s que se ia percebendo que os agora indispensá­veis centrais de Benfica e FC Porto estariam na alta-roda em breve. Na edição 2018/19, Rúben e Militão são mesmo, a par de João Félix, os únicos jogadores do campeonato português com o “potencial máximo de desenvolvi­mento”, que, na prática, é um algoritmo que garante, no jogo, que os dois podem atingir o topo do futebol mundial. Ao que parece, por cá, do lado real do futebol, também é assim.

Rúben Dias tem 21 anos eé, na ausência de Jardel, figura incontorná­vel e indispensá­vel na defesa do Benfica. Um ano mais novo, Éder Militão assumiu protagonis­mo no FC Porto por ter sido o único reforço da era Sérgio Conceição que se assumiu de imediato e do qual já ninguém duvida. A estreia na seleção brasileira e na Champions multiplico­u por dez o seu valor: o FC Porto pagou quatro milhões ao São Paulo e vários empresário­s de elite acreditam que, no mínimo, ele já vale 40 milhões. Entre os dois, éo portista que parte um passo à frente para o

Éder Militão: velocidade, técnica, posicionam­ento, passe e antecipaçã­o são as mais-valias do portista

Rúben Dias: o central do Benfica tem mais força, marca melhor, é líder e mais agressivo

jogo de domingo. Foi também com base no simulador de futebol mais conhecido do mundo que escolhemos 14 parâmetros para avaliar os dois jogadores. E como o Benfica-FC Porto tem sido nos últimos anos o clássico mais apetecível do futebol português, ninguém melhor do que o próprio futebol português para avaliar os dois miúdos que mandam nos respetivos sectores. E isso implicou questionar 18 centrais ou ex-centrais (um por cada equipa da I Liga) a propósito do tema, traçar médias e, no final, fazer a comparação.

Éder Militão teve, contas absolutas, notas um pouco superiores. Mas porquê? Acima de tudo, é mais amplo nas suas competênci­as do que Rúben Dias, um central muito mais vocacionad­o para a dimensão física do jogo. O portista é mais rápido, mais evoluído tecnicamen­te e melhor nos aspetos relacionad­os com o posicionam­ento e o usufruto dele para recuperar bolas. Rúben impõe-se na marcação e terá o espírito de líder já mais desenvolvi­do, acreditam os 18 pares inquiridos. Éder, por ser mais novo e só agora ter chegado, vai precisar de alguns meses para vincar a personalid­ade da mesma forma que o benfiquist­a. E o facto de jogar ao lado de Felipe, com traços muito fortes de personalid­ade, também o apaga um pouco a esse nível.

A idade tenra evita que algum tenha notas acima dos oito valores em média, embora o defesa do FC Porto tenha ficado muito próximo no item relativo à velocidade e o benfiquist­a na agressivid­ade. Todos acreditam que os dois são produtos ainda inacabados, apesar de já serem indiscutív­eis nas respetivas equipas. Rúben Dias foi o único a conseguir três notas dez, mas também o que conseguiu a pior pontuação parcial: três pontos do drible, votou Pica. Em resumo, um jogador de mais altos e baixos do que Militão, aparenteme­nte mais homogéneo e ligeiramen­te superior ao rival.

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