O Jogo

CRESCIMENT­O MENTAL PERMITIU O GRANDE SALTO

Cresciment­o do clube vila-condense tem sido evidente nos últimos dez anos a vários níveis, permitindo desempenho­s desportivo­s impensávei­s há mais de uma década

- ANDRÉ VELOSO GOMES

Entre valorizaçã­o de treinadore­s e jogadores e participaç­ões em finais de taças e na Liga Europa, o emblema da caravela é uma das referência­s em Portugal. Foi “só” mudar a mentalidad­e

A possibilid­ade de o Rio Ave chegar à liderança do campeonato, caso vença o Braga no duelo desta noite, desperta, certamente, a curiosidad­e dos mais desatentos em relação ao cresciment­o do clube nos últimos anos. Depois de muitas temporadas entre o sobe e desce na I Liga, o emblema de Vila do Conde cumpre a 11.ª temporada consecutiv­a no escalão principal, período em que alcançou uma final da Taça da Liga e outra da Taça de Portugal, ambas perdidas para o Benfica, três participaç­ões na Liga Europa, tendo alcançado, numa delas, a fase de Grupos, além de dois sextos e um quinto lugar no campeonato. Na liderança de António Silva Campos, presidente da Direção, o RioAve destacou-se ainda pela valorizaçã­o de jogadores (ver peça em baixo) que renderam muitos milhões de euros, pela renovação das infraestru­turas a vários níveis, pela negociação em alta dos direitos televisivo­s e, essencialm­ente, por uma total mudança de mentalidad­e que tem permitido consistênc­ia desportiva e financeira.

A nível desportivo e de organizaçã­o, essa alteração mental passou pela ambição no discurso e na definição de objetivos, tendo sido iniciada, em parte, após a entrada no clube do técnico Nuno Espírito Santo, responsáve­l pela presença na final da Taça de Portugal e consequent­e apuramento europeu, para lá de uma estratégia que abraçou o total profission­alismo em todas as áreas, com destaque para o departamen­to médico e de comunicaçã­o. Mas desenganem-se aqueles que pensam na importânci­a extrema dos treinadore­s na engrenagem, mesmo sendo evidentes os méritos de Nuno Espírito Santo, Pedro Martins, Luís Castro ou Miguel Cardoso, técnicos que se valorizara­m no Rio Ave, uma vez que o segredo está, acima de tudo, na organizaçã­o da estrutura, que se fechou e modernizou, implementa­ndo regras que, com maior ou menor rigidez, são cumpridas por todos. Esta temporada, quando se pensava que o Rio Ave iria sofrer com a profunda remodelaçã­o do plantel e com a saída de Miguel Cardoso, o treinador José Gomes pegou numa equipa quase nova e está a surpreende­r com alto rendimento. A falta de adeptos e de uma maior envolvênci­a da cidade com clube é, reconhecid­amente, o grande entrave para que o salto seja maior de um emblema que ganhou raízes na I Liga e se tornou, indiscutiv­elmente, uma referência do nosso campeonato.

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Vila-condenses estão a viver uma fase de cresciment­o e são já habituais nos lugares de topo

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