O Jogo

DRAGÃO À LUPA

O QUE TEM ESTE FC PORTO DE RECUPERAR PARA SER IGUAL AO DE 2017/18

- ANDRÉ MORAIS BRUNO FILIPE MONTEIRO

Equipa de Conceição deixou der ser a rainha dos duelos

Só dois jogadores não baixaram de rendimento

Dribles são o único item em que não pioraram

Pela positiva: Éder Militão consertou a defesa

Dragão era arrasador na frente em 2017/18, mas está agora com problemas, especialme­nte na posição de ponta de lança. Além disso, a equipa cria quase menos uma oportunida­de de golo por jogo

O FC Porto já não manda no ataque e está a perder força naquilo em que mais se destacou em 2017/18: o ataque e os duelos ofensivos. A equipa não está tão mal quanto as duas derrotas no campeonato pintam, mas está abaixo do nível do ano passado. Danilo, no final do jogo com o Benfica, cansou-se de desconvers­ar e assumiu que a equipa tem de arrepiar caminho. “A verdade é que temosdemel­horardeter­minados aspetos”, atirou à Benfica TV. O JOGO foi à procura de respostas. Afinal, no que é que o atual FC Porto é pior do que o da época passada? Neste momento, no ataque, ainda que a média de golos sofridos nas primeiras sete jornadas seja também pior do que a da época passada. Mas esse era um problema que Sérgio Conceição já resolveu na paragem competitiv­a anterior, ao assumir em definitivo a opção por Éder Militão, que, nesta altura da época, é um dos dragões que melhor conta dão de si próprios. Com o brasileiro em campo, os dragões sofreram apenas um golo em quatro jogos. Antes, foram cinco em três desafios. Nacomparaç­ãonumérica­também se percebe isso: Militão está ao nível de Marcano e as outras peças recuperam a cada semana que passa os índices da época do título. Recuperar a força ofensiva (seis golos marcados nos últimos seis jogos) é a tarefa que se segue. Não há muitos jogadores disponívei­s (as seleções roubaram Brahimi, Marega, Corona), mas o problema está identifica­do: o FC Porto ataca pior, sobretudo porque tem mais dificuldad­e em ligar o meio-campo ao ataque e chega lá menos vezes com perigo do que na época anterior. Se o processo coletivo pode afinar essa estratégia, é também importante devolver ao dragão a capacidade nos duelos que no ano passado tornavam o ataque azul e branco especial. A principal diferença nota-se na posição 9. Aboubakar e Soares só ganham um em cada três duelos individuai­s, quando na época passada ganhavam quase metade. Marega e Corona estão pior à direita e só mesmo a perda de Brahimi é ligeira. Nos jogadores que mais facilmente se chegam à frente para apoiar o sector, só Maxi Pereira e Otávio estão acima da per-

Os números defensivos ainda estão abaixo dos de 2017/18, mas até melhoraram desde que Éder Militão se fixou no onze: apenas um golo sofrido na Liga

centagem de duelos ganhos em 2017/18, mas a subida só é relevante no caso do brasileiro, que se assumiu em definitivo como primeira opção.

Voltando aos processos coletivos, é só ler a infografia acima para perceber que a equipa vai menos vezes à baliza do adversário. E, especialme­nte, vai menos vezes com qualidade. Mete menos sete passes no último terço do que em 2017/18, rompe a defesa do adversário menos duas vezes do que na época transata e, acima de tudo, cria quase menos uma oportunida­de de golo por jogo. Sem garantias de que a oportunida­de fosse concretiza­da, a verdade é que, contra o V. Guimarães ou o Benfica, o FC Porto até poderia ter salvo pelo menos um ponto.

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