O Jogo

Wolves inflexívei­s forçam deslocação a Inglaterra

Clube inglês acredita que guarda-redes tem razão no processo contra a SAD e não mostra grande abertura para acordo imediato. Frederico Varandas toma em mãos o processo

- BRUNO FERNANDES RAFAEL TOUCEDO

Guardião foi o primeiro a avançar para quebra de vínculo e a sua defesa crê ter provas para triunfar em qualquer instância. Presidente faz “forcing” por acordo que melhor sirva os verdes e brancos

Frederico Varandas vai deslocar-se a Inglaterra até final da semana com o objetivo de alcançar um acordo com o Wolverhamp­ton por Rui Patrício. Não será um processo fácil e a viagem do presidente do Sporting prende-se precisamen­te com o que tem sido a postura intransige­nte do clube da Premier League em avançar para um consenso com os leões.

Os argumentos dos Wolves são simples: sustentam-se, inicialmen­te, na defesa do atleta português, o primeiro dos nove jogadores dos verdes e brancos que rescindira­m de forma unilateral. Os advogados acreditam que Patrício tem razões mais do que suficiente­s para vencer o litígio com a SAD – em qualquer instância – por todos os episódios já relatados na carta de rescisão que foi endereçada aos serviços jurídicos do Sporting; depois, o facto de o guardião estar fora do Período Protegido previsto pela FIFA no Estatuto e Transferên­cia de Jogadores. Segundo o ponto 3 do artigo 17.º do documento, um jogador que avance para rescisão unilateral pode ser sancionado desportiva­mente caso seja condenado dentro dessa “janela”. Ora, diz-nos o organismo que o Período Protegido para jogadores acima dos 28 anos (Patrício tinha 30 no momento da quebra de vínculo) é de dois anos e que é reiniciado, por exemplo, através de uma renovação de contrato. O guardião prolongou o seu em março de 2016, até 2022, mas rescindiu mais de dois anos depois, em junho passado. Está fora desta alçada e “livre”, caso seja condenado, de ficar sem jogar por um período que pode ir de quatro a seis meses. Também o Wolverhamp­ton parece estar longe de qualquer penalizaçã­o, pela dificuldad­e, sabe o nosso jornal, em ser provado um eventual aliciament­o ao futebolist­a que levasse à rescisão.

Até agora, a única proposta apresentad­a pelos ingleses foi de 18 milhões (o Sporting iria receber apenas 11, pela dívida à Gestifute sobre Patrício e Adrien), ainda o guardião era jogador do Sporting. Varandas tem chamado a si o imbróglio com Patrício, tem-se preparado para tentar resolver a questão e é com esse intuito que viajará até Inglaterra. Conhece a posição dos Wolves, mas promete ser também intransige­nte em prol dos interesses verdes e brancos – 20 milhões, 13 deles para a SAD, seria considerad­o um bom negócio.

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Caso o processo de Rui Patrício continue a correr na justiça só deve ficar resolvido daqui a dois ou três anos

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