O Jogo

“Não se pode mandar fora presidente­s”

Ex-líder leonino deixa alerta aos adeptos que, antes de si, forçaram a saída dos seus antecessor­es. Apela à tolerância para com Frederico Varandas

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Bettencour­t, Soares Franco, Dias da Cunha, Roquette e Santana Lopes dados como exemplos de rol de sacrificad­os sem proveitos práticos futuros. Dança tem de acabar, aponta o 41.º timoneiro

Em momento de balanço, Godinho Lopes lembra terse sentido realizado com a primeira passagem em Alvalade, mas não esconde a frustração no papel de presidente.

Ainda no prefácio, assume que o tempo de saída do Sporting passou e amadureceu as ideias. Como avalia a sua passagem pelo clube, que legado deixou?

— Há duas análises: uma vertente pessoal e a que eu noto que deixei para sócios e os adeptos do clube. Em termos pessoais, nos primeiros quatro anos, senti-me realizado com o que fiz, construí o estádio, a Academia, promovi a alteração do emblema do Sporting. Nos dois anos como presidente, fiquei frustrado por não ter cumprido os três anos de mandato, porque devia ter feito a reestrutur­ação financeira, que ficou completa. Encontrei um clube muito partido, com seis candidatos, e através de várias ações, procurei unir o clube. Julgo que não o consegui, globalment­e, por dois desaires no futebol: as derrotas nas meias-finais da Liga Europa e na final da Taça de Portugal. Para o segundo ano, o objetivo principal era estabiliza­r financeira­mente o clube, coma reestrutur­ação e internacio­nalização da marca. Para o terceiro ano, com Jesualdo Ferreira, e a aposta na formação (tinha oito jogadores da formação na primeira equipa ), tinha pensado criar condições para ganhar. Primeiro, unir, depois, estabiliza­r e, por fim, ganhar. Acabei por não cumprir, porque saí antes do final da segunda época. Depois, o presidente que me sucedeu, Bruno de Carvalho, através de uma série de aldrabices e mentiras, ter denegrido o meu nome, levou a que acabasse por sair mal, perante os adeptos do clube. Coma mensagem correta, queéo queque procuro fazer nos dois de dez capítulos do livro, isso não teria acontecido.

Julga que pagou a fatura de tentar congregar várias correntes na sua equipa?

— Percebo o que refere, mas considero que a atitude que os adeptos do Sporting têm tido para com os dirigentes não tem sido a melhor. Se reparar, os presidente­s anteriores à minha chegada foram afastados do clube com maus-tratos, com insultos das bancadas. Se me tivessem deixado terminar o mandato, provavelme­nte seria com resultados diferentes. O mesmo sucede com José Eduardo Bettencour­t, Filipe Soares Franco, Dias da Cunha, José Roquette ou Santana Lopes que foram apupados no seu próprio estádio. Aliás, nunca fomos campeões depois de corrermos com um presidente. Algo está mal neste processo. Temos de acabar de deitar fora presidente­s.

E Bruno de Carvalho?

—Bruno de Carvalho autodestru­iu-se. Suicidou-se. Foram só tiros nos pés. Agora, é “Bruno de Carvalho? Autodestru­iu-se. Suicidou-se. Foram só tiros nos pés” preciso passar uma mensagem clara para se juntarem em torno de Frederico Varandas, como seria se fosse João Benedito. A atitude de João Benedito e Rui Rego, desde a eleição de Frederico Varandas, parecem e muito positiva. Só como Sporting todo unido poderemos vencer. É preciso dar tempo ao presidente para estruturar e aprender.

Apesar de ter perdido, João Benedito teve mais votantes que o presidente eleito. Considera que ficou como uma reserva moral para o futuro do Sporting?

—Gostava que o João Benedito apoiasse durante estes quatro anos Frederico Varandas. Depois, entendendo que foi um mau mandato, que se candidatas­se. Mas ficou provado que João Benedito pode ser presidente do Sporting.

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