O Jogo

Líderes a vermelho

- Manuel Queiroz

Há demasiadas faltas e expulsões na Liga Portuguesa. Dupla da liderança fez 50 faltas nesta jornada e o terceiro classifica­do andou por lá perto

O s dois colíderes da Liga, Benfica e Sporting de Braga, cometeram 50 faltas nesta jornada – 24 os lisboetas, 26 os minhotos. O terceiro classifica­do, o FC Porto, não ficou longe, com 20. É preciso tantas faltas? É justo dizer que, por cá, muitos árbitros parece que ganham à apitadela e por isso têm de apitar muito. Mas é indiscutív­el que hoje os treinadore­s aprenderam a controlar o jogo com faltas sucessivas, um pouco como fazia no início do século o Boavista de Jaime Pacheco, que foi campeão fazendo da falta uma arma indispensá­vel, cometendo-as em zonas em que os árbitros normalment­e não dão cartões. Foi isso que o FC Porto fez na primeira parte da Luz, foi isso que o Benfica fez – ainda mais – depois de marcar o golo à hora de jogo.

A liderança vermelha repartida desta Liga 2018/19 não se resume a isso, ainda que os dois líderes o sejam apesar de exibições longe do brilhantis­mo no fim de semana. O Benfica-FC Porto ficou mesmo muito marcado por essas faltas (em tempo: o Liverpool-Man City teve 20 faltas, dez de cada uma, no ChelseaLiv­erpool da semana anterior ainda houve menos), de tal modo que houve rigorosame­nte uma oportunida­de para cada lado porque ninguém deixou jogar ninguém. O que também se pode traduzir pelo facto de ninguém se ter conseguido elevar para lá disso, ninguém foi suficiente­mente bom para isso. Faltou algum talento e sobraram duelos individuai­s. Mas num jogo tão sem flores, quem conseguiu uma – o golo – merece ganhá-lo. Rui Vitória conseguiu finalmente uma vitória sobre o FC Porto e o FC Porto precisa se calhar não de fazer mais, mas de fazer melhor.

Foi bem mais interessan­te o Braga-Rio Ave, mais aberto (na segunda parte) apesar das faltas da equipa da casa (os de Vila do Conde fizeram só 11). Acabou em polémica com um lance que devia dar penálti para o Rio Ave e com demasiadas expulsões (de treinadore­s, dirigentes, jogadores). Um Rio Ave que cultiva a posse até ao exagero às vezes, mas que só perdeu com o Feirense: Galeno, Dala, Jambor ou... Fábio Coentrão. O Braga teve bem menos oportunida­des do que frente ao Sporting.

O Sporting, precisamen­te, foi perder a casa do último, que nunca jogou como último. Sofreu quatro golos – sofre golos há 24 jogos seguidos fora de casa, ou seja, já desde Jorge Jesus e Rui Patrício – e perdeu bem, também pela incompetên­cia própria. O Portimonen­se não teve medo de perder, como disse o seu treinador, António Folha, com alguma razão.

A grande surpresa da época – com licença do Rio Ave – é para já o Santa Clara, já com onze pontos, depois de vencer em São Miguel um Chaves que vinha de empatar com o Benfica. A equipa de João Henriques tem mais golos marcados do que Sporting ou Rio Ave. A melhor defesa continua a ser a do Feirense (três golos), em perda anda o Belenenses (só uma vitória, Silas prometia mais) e não esquecer que, esta época, descem três – por causa da subida do Gil Vicente.

 ??  ?? Marega e Rúben Dias disputam a bola no clássico da Luz
Marega e Rúben Dias disputam a bola no clássico da Luz
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal