O Jogo

Seferovic recuperado para o 4x3x3

- Sérgio André sergio.andre@ojogo.pt

O Benfica ganhou o clássico e Rui Vitória recuperou um jogador: Seferovic (agora sim), autor do golo do triunfo. Não se trata de um goleador nato e parece-me que nunca reunirá consenso na Luz. Teve guia de marcha no último verão mas foi agarrado pelo treinador, que parecia adivinhar as maleitas que iriam afetar Jonas e Ferreyra, os pesos-pesados do ataque encarnado, terreno onde ainda cabe Castillo. A corda teria de partir e o suíço parecia ser o elemento mais frágil do lote de quatro avançados, até porque – e isto serve de forte argumento – estava mais vocacionad­o para atuar em 4x4x2 do que em 4x3x3, ou seja, com uma bengala no ataque. Seferovic resistiu a tudo, sacudiu as movimentaç­ões que surgiam à sua volta e atacou de frente o problema, desafiando todo o arsenal encarnado (Jonas, Ferreyra e Castillo). O suíço nunca será Ferreyra, nem Jonas, que têm um perfil completame­nte diferente, mas será sempre um elemento com quem Rui Vitória pode contar devido ao espírito combativo e solidário tão necessário em jogos “feios, duros e maus” como foi o clássico, durante uma boa parte do tempo. O internacio­nal helvético é um operário e foi essa caracterís­tica que o manteve de águia ao peito. Não lhe peçam para marcar 30 golos por época. Poderá, isso sim, ajudar Jonas ou Ferreyra a atingir essa meta. O clássico foi fraco. As equipas tiveram medo de arriscar durante a primeira parte e soltaram-se, sobretudo o Benfica, um pouco mais na segunda. Mas pior do que a qualidade do jogo foi mesmo a decisão errada de Fábio Veríssimo ao expulsar Lema. Um desastre. Os encarnados ascenderam à liderança do campeonato, aproveitan­do também o deslize do Braga, que empatara como Rio Ave um dia antes. Para celebrar o domingo em cheio, ao final da noite, o Sporting caiu com estrondo em Portimão, aos pés de Nakajima, e ficou mais longe do topo. O desempenho nos últimos jogos, indiciavam o acidente consumado no Algarve.

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