“TROCAVA A SUPERTAÇA PELO TÍTULO”
Nelson Filipe, guarda-redes do FC Porto, explicou a O JOGO a importância da vitória frente ao Sporting a uma semana do início do campeonato
Nelson Filipe, peça importante na conquista da Supertaça, acompanha hoje a equipa ao museu do clube para entregar a Supertaça António Livramento, troféu ganho ao campeão
Na Mealhada, o campeão ficou a ver a festa portista, quatro meses depois de, em Alvalade, ter sido ele a celebrar. Nelson Filipe admitiu que vencer este jogo deu confiança para reaver o título. Deu mais gozo ganhar a terceira Supertaça consecutiva, regressar às vitórias após a derrota na Taça Continental ou vencer o campeão? — Ter ganho ao campeão é sempre bom, mas não é um troféu. Mais importante é ter ganho a Supertaça, independentemente de ter sido a terceira. É também uma forma de marcarmos posição, uma vez que vai ser uma época muito competitiva. Foi a desforra do jogo do título? O que achou do campeão? — Trocava a Supertaça pelo título de campeão. Foi uma mensagem interna e externa. Nos próximos três meses, as equipas ainda vão evoluir muito e este jogo não é um indicador tão claro do que está para vir. Quanto ao Sporting, mesmo deixando de fora jogadores como o Pedro Gil [lesão], tem uma qualidade muito elevada e disputou o jogo com o FC Porto taco a taco. Independentemente disso tudo, fomos superiores. Como viu as críticas à arbitragem? — O lance que termina o jogo é à minha frente. Não é penálti. Foi um corte limpo do Gonçalo [Alves]. As situações mais penalizadoras para o Sporting são situações em que o cartão tem de ser mostrado, como foi ao Hélder [Nunes]. Fomos superiores e, se calhar, essa superioridade obrigou o Sporting a ser mais faltoso. O FC Porto ganhou 22 Supertaças e as suas são quantas? Contou? Alguma tem uma história especial? — Contei nove. Se calhar, a Supertaça ganha na Mealhada, ao Benfica, deu-nos, na altura, uma força extra porque o Benfica dominava e sentimos que éramos capazes de o derrotar, sendo que acabámos por ser campeões. Esperemos que aconteça este ano. No final, os colegas apressaram-se a rodeá-lo, foi um obrigado? — O trabalho foi sobretudo coletivo. Sentimos que foi uma vitória importante, porque em algumas cabeças podia pairar a Taça Continental, porque para os reforços era importante começar a ganhar e porque vencer já ao campeão dá-nos confiança, sabendo que nas primeiras sete jornadas teremos jogos complicados. Foi um festejo coletivo. Eu, como estou velhote, não fui eu ter com eles, vieram eles ter comigo. E era especialmente importante depois de terem admitido que a
“Esta vitória frente ao Sporting é importante, mas não apaga o que se passou na Taça Continental. (...) Foi inglório” Nelson Filipe Guarda-redes do FC Porto
derrota com o Barcelona tinha afetado a equipa? — Esta vitória é importante, mas não apaga o que se passou na Taça Continental. Perdemos, se calhar, de forma injusta, mas tínhamos uma semana para recuperar física e mentalmente. De forma injusta porquê? — Porque fizemos um bom jogo, podíamos ter passado para a frente e não conseguimos. Injusta não será a melhor palavra. Inglória, porque o Barcelona fez um bom jogo. O Barcelona é o maior obstáculo do FC Porto? — É um erro pensar assim. Esta equipa não pode achar que está ao nível, abaixo ou acima do Barcelona. É uma opinião unânime que o Barça é a melhor equipa do mundo mas não faz sentido que seja a bitola para as outras equipas. O que retirou o FC Porto da final da Taça Continental? — Fizemos um bom jogo; é a parte positiva, mas podemos melhorar na capacidade mental em finais. As finais são duras de jogar e quando jogamos contra eles é possível perceber isso. Nunca vi o Barcelona débil mentalmente. O grupo da Liga Europeia, que começa com o Dragão interdito por um jogo, é para ganhar? — A interdição não afeta o nosso objetivo que é ganhar o grupo e e ir à final-four. O que acrescentam Cocco, Poka e Hugo Santos? — O Poka é um bom defesa, com meia-distância, que se encaixa bem, o Cocco precisa de uma fase de adaptação e Hugo Santos terá de evoluir de forma mais rápida para chegar a este patamar.