UM NOVO FILÃO NA POLÓNIA
Jogadores portugueses recebem na Polónia o triplo do que auferiam em Portugal, além de terem encontrado estádios novos, cheios e com excelentes condições para trabalhar
Pedro Tiba, um dos 10 portugueses que militam na I Divisão da Polónia, a que se junta Sá Pinto, treinador do Légia Varsóvia, compara a realidade dos dois países e admite que está feliz da vida
Além da contratação de Sá Pinto para treinar o Légia Varsóvia,ofutebolpolacotem apostado cada vez mais em jogadores portugueses para um campeonato que tem bons estádios, público nas bancadas, boas condições de trabalho e financeiramente muito vantajoso. Pedro Tiba, antigo médio do Braga e do Chaves, mudou-se para o Lech Poznan e garante que o dinheiro não é tudo. “Podia ter ido para campeonatos melhores, mas comecei a inteirar-me das condições e vim para aqui. Financeiramente foi importante para mim, mas não vim só pelo dinheiro. Vim para um clube muito grande e que tem excelentes condições”, recorda, admitindo que precisava de lutar pelos primeiros lugares. “Como em Portugal não consegui chegar a um grande, aqui tenho essa possibilidade. Tenho ainda a hipótese de jogar a Liga Europa e, se formos campeões, até podemos jogar na Champions”, recorda.
Com a organização do Euro’2012, a Polónia apostou em novos estádios e autoestradas. “Os estádios são todos novos e temos excelentes condições de trabalho, ao nível dos três grandes de Portugal”, assegu- ra quem viveu a experiência dos dois lados. “Em termos de espectadores, o quarto grande de Portugal, o Braga, tem em média nove mil pessoas no estádio. Aqui é muito raro um jogo ter esse número de espectadores, são sempre 25 a 30 mil pessoas nas bancadas.”
A diferença, admite Pedro Tiba, está na qualidade do futebol. “A qualidade de jogo não é tão boa como em Portugal. Isso é uma realidade. O jogador português tem qualidade e oferece aquilo que eles aqui não têm, porque é um jogador mais técnico. Além disso, o jogador português é muito barato. Enquanto em Portugal, e tirando os três grandes e o Braga, a média recebe três ou quatro mil euros por mês, na Polónia ninguém ganha menos de 15 mil euros”, revela.
Feliz na Polónia, Tiba sentese adaptado. O treinador do Lech Poznan, Ivan Djurdevic, antigo jogador do Farense, V. Guimarães e Belenenses, deu “uma grande ajuda porque fala muito bem português”, mas os jogadores também têm dado passos em frente na integração. “Todas as sema- nas temos uma ou duas horas de aulas de polaco no estádio com um professor. Já conseguimos compreender as palestras em polaco, mas falar é mais difícil”, admite, garantindo que a alimentação também nunca foi problema, por ser muito parecida com a portuguesa.