Jardim sob elogios e um piscar de olho
Presidente do Lyon, Jean-Michel Aulas, garante que, se fosse ele, não rescindiria. Petit diz estar chocado e Dugarry fala de um treinador mágico
Anúncio oficial da rescisão está iminente, mas o técnico português ainda orientou o treino de ontem. No clube do principado ainda não há qualquer comentário público sobre o assunto
A desvinculação definitiva de Leonardo Jardim do Mónaco ainda não foi oficializada, aguardando o desfecho das conversações sobre os termos da rescisão, mas as reações à saída do técnico que conduziu o emblema do principado nos últimos quatro anos multiplicaram-se. Entre elas, salienta-se a posição assumida pelo presidente do Lyon, Jean-Michel Aulas, que se refere a Jardim como um “treinador com grandes qualidades” e por quem sente “grande admiração”. “Se fosse presidente do Mónaco, ficaria com ele”, assegurou.
O tom assertivo desta posição obrigaria Aulas a esclarecer que Jardim não irá para Lyon. Pelo menos para já. “A questão da eventual contratação de um treinador não é da atualidade no nosso clube, uma vez que temos um grande treinador, Bruno Génésio”, explicou. Mas houve outras personalidades a lamentar a saída do técnico do Mónaco. A velha glória do clube e campeão mundial pelos bleus em 1998, Emmanuel Petit, fala da “enorme ingratidão no mundo do futebol”. “Estou chocado. A urgência de resultados provoca estas situações, mas nenhum outro teria feito melhor que Jardim no Mónaco”, avalia. Outro antigo internacional, Christophe Dugarry, considera que o técnico “fez magia” quando teve de iniciar cada época com novos jogadores. “Foi incrível, mas penso que também terá ficado saturado com o início de ciclo todos os anos”, afirmou.
De acordo com informações da Imprensa italiana, Jardim já se terá despedido ontem dos jogadores, enquanto na Bélgica a saída de Thierry Henry, adjunto de Roberto Martínez, para orientar o seu clube de formação é admitida entre os Diabos Vermelhos. “Espera-se a separação, mas Henry evita falar sobre o assunto”, comentou Meunier, lateral do rival PSG.
Mais prudente foi Didier Deschamps, recusando-se a dar como certa a contratação de Thierry Henry. “Não sei se vai acontecer. Há poucas semanas diziam que ele iria para o Bordéus e isso não aconteceu. Para já, creio que o Mónaco ainda tem treinador, Leonardo Jardim”, sublinhou o selecionador gaulês.