Futebol varrido por operação policial
Investigação de fraude fiscal e resultados combinados leva a buscas em vários países
“É preocupante para o futebol belga. Todo o trabalho que fizemos pode ser arruinado devido a erros de alguns”
Pierre François
Presidente da liga belga
O futebol belga está a ser alvodeumaabrangenteinvestigação policial de combate à fraude financeira, aos resultados combinados, corrupção e lavagem de dinheiro que afetou Anderlecht, Standard Liège, Brugge, Genk, Ghent, Kortrijk, Lokeren, Oostend e Malines. Foram feitas 44 buscas na Bélgica e 13 em outros seis países – França, Luxemburgo, Chipre, Montenegro, Sérvia e Macedónia – para se aferir negociações, salários e houve vários suspeitos detidos para interrogatório.
O nome maior da investigação é o croata Ivan Leko, ex-jogador e treinador do campeão Brugge, que passou a noite detido nas instalações da polícia federal em Hasselt e será hoje presente a um juiz de instrução na cidade de Tongeren, segundo a Imprensa local. “O Ivan Leko prestou declarações. Mas há um problema de capacidade, porque foram muitas as pessoas presas”, revelou Van Steenbrugge, o advogado do técnico croata.
No rol de detidos para as primeiras audições estão ainda dois árbitros – Sebastien Delferière e Bart Vertenten –, dois empresários de jogadores – Mogi Bayat e Dejan Vejlkovic – e o ex-diretor-geral do Anderlecht, Herman Van Holsbeeck, que passou a noite em liberdade devido ao excesso de detenções, mas que também comparecerá hoje a um juiz de instrução em Tongeren.
Considerado um dos maiores empresários do futebol belga, Mogi Bayat está no centro da megaoperação devido a uma queixa apresentada no ano passado pelo Westerlo, acusando-o por fraude em competição e apontando-o como o responsável pela descida à segunda divisão no fim da época 2016/17, na sequência do 1-1 entre o CourtraiMouscron – clubes onde Bayat representa vários jogadores.
Amegaoperaçãopolicialestá a investigar várias transações de jogadores e de treinadores, entre as quais a chegada de Michel Preud’homme ao comando técnico do Standard Liège, para o lugar de Sá Pinto.
“É preocupante para o futebolbelga.Éperturbador,daqui resultarão danos à imagem da liga. Todo o trabalho que fizemos pode ser arruinado devido aos erros de alguns”, afirmou, desolado, o presidente da liga, Pierre François.