“Blindamos a equipa da natural euforia”
O técnico Filipe Martins conseguiu colocar a equipa recém-promovida no quinto lugar da tabela com apenas uma derrota; só o Benfica B está invicto
Nunca o Mafra conseguiu chegar tão longe na classificação da II Liga, façanha que ganha maior relevância quando se trata de uma equipa que subiu na época anterior. Ainda assim, subir é... miragem
O quinto lugar na II Liga, a quatro pontos do líder Paços de Ferreira, e com apenas uma derrota – só o Benfica B segue sem derrotas – é um arranque de sonho para o Mafra, clube que na temporada passada disputou o Campeonato de Portugal.OtécnicoFilipeMartins reconhece que “se este cenário fosse colocado como hipótese antes do início da época ficara contente”.
“O Mafra é, de longe, o clube com menor orçamento da II Liga, mas conseguiu um lote de jogadores com muita qualidade, com vontade de evoluir e trabalhar sempre mais”, sustenta o treinador que cumpre a segunda época em provas profissionais depois de na temporada passada ter orientado o Real. “Aceitar um projeto novo, que tinha acabado de subir, com um orçamento baixo, gera alguma apreensão, mas sempre confiei no meu trabalho e desde o início que confiei neste presidente. Agora, cada vez mais, sei que fiz a escolha certa”, afiança Filipe Martins para quem “ter pouco dinheiro, mesmo quando as coisas correm bem, mantémnos
O Mafra tem o quarto melhor ataque e a terceira melhor defesa (9 e 4 golos) agarrados à terra”.
O arranque, de alguma forma surpreendente, tem gerado entusiasmo no seio dos adeptos, mas o técnico de 40 anos, revela que “isso não afe- ta o grupo”: “Blindamos a equipa da natural euforia dos adeptos que permanece desde a subida.”
Mais gente no estádio e nos treinos, “as pessoas estão mais alegres e até na rua isso faz-se sentir”, algo que é importante para um clube que quer “fixarse na II Liga”, pelo que “o objetivo continua a ser a permanência e nada mais”, garante. Por isso, quando chegar dezembro “o essencial não é conseguir reforços mas sim tentar que não haja saídas, ainda que possam existir mudanças, não para tentar chegar à subida mas para manter o rumo”.
Quanto aos adversários, que o Mafra, eventualmente, já não surpreenderá daqui para a frente, como poderia ter acontecido no arranque da prova, Filipe Martins deixa o aviso: “Tenho sentido sempre muito respeito pelo Mafra. Só os distraídos é que não percebem que não há equipas fáceis na II Liga e que não é preciso vir aqui na máxima força.”
Entretanto, ontem, a equipa perdeu (2-1) um jogo-treino com os sub-23 do Estoril, partida que se destina a manter o ritmo dado que o Mafra apenas regressa à competição dentro de duas semanas.
“Tenho sentido sempre muito respeito pelo Mafra”
Filipe Martins
Treinador do Mafra