Águia não foi penta, mas é líder nas contas
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Encarnados perderam em campo, mas batem rivais na contabilidade
SAD presidida por Luís Filipe Vieira foi a única a apresentar lucro no último exercício, enquanto dragões e leões tiveram prejuízo e ambas as sociedades registam capitais próprios negativos
Apesar da época desportiva dececionante em 2017/18 (venceu apenas a Supertaça e desperdiçou a oportunidade de conquistar o inédito penta), fora das quatro linhas os encarnados tiveram motivos para sorrir. Liderada pelo presidente Luís Filipe Vieira, a SAD encarnada apresentou resultados que superam largamente os principais rivais, FC Porto e Sporting.
Conhecido o relatório e contas dos azuis e brancos – o único que permanecia por revelar –r ela tivoàúl tim aépoca,const ata-seque o emblemada Luz atingiu um lucro de 20,6 milhões de euros, naquele que é o quinto exercício consecutivo positivo e o seu “segundo melhor resultado de sempre”, como descreve o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. O valor só foi mesmo batido pelos 44,54 milhões de euros de lucro em 2016/17. Já os rivais apresentaram valores negativos: o FC Porto 28,4 milhões de euros e o Sporting 19,9 milhões de euros.
Numa análise ao passivo dos três grandes, a SAD das águias foi aquela que conseguiu uma maior redução, face aos 40,1 milhões de euros abatidos, cifrando-se o montante em 398,3 milhões de euros. Além disso, os encarnados não apresentavam um passivo consolidado inferior a 400 milhões de euros desde o exercício de 2010/11, o que é de salientar. Segundo o relatório ,“a reduçãodop as sivoéprincipalm ente justificada pela diminuição de 110,4 milhões de euros nas rubricas de empréstimos obtidos, face à redução do passivo bancário” que ocorreu no presente exercício. Por seu lado, o passivo do FC Porto cresceu 76,6 milhões de euros, ascendendo aos 464,1 milhões–destronou o Benfica neste item –, situação “assente principalmente num aumento ao nível dos empréstimos bancários”, isto apesar de “uma melhoria significativa na capacidade de a FC Porto SAD fazer face aos compromissos de curto prazo”. Quanto ao Sporting, que não apresenta contas consolidadas do seu grupo empresarial, ao contrário dos rivais, tem o menor passivo (282,5 milhões de euros), fruto de uma redução de 28,3 milhões, justificada pelo “reembolso da dívida bancária num total de cerca de 17 milhões de euros e pelo decréscimo das provisões”, de acordo com a informação prestada à CMVM.
No capítulo dos capitais pró-
prios, verifica-se nova “vitória” sobre os opositores. E aqui houve uma melhoria de 19,1 milhões de euros, o que equivale “ao quinto exercício consecutivo em que a situação líquida apresenta uma variação positiva”. Com 86,8 milhões de euros, os encarnados alcançaram o valor mais alto de sempre desde a constituição da SAD, deixando FC Porto e Sporting atrás.
Sob o “escrutínio” da UEFA, em igual período os azuis e brancos atingiram um valor negativo de 38,1 milhões de euros, embora o capital próprio da FC Porto SAD esteja “subvalorizado”. Conforme comunicado à CMVM, “os montantes pelos quais o plantel e o direito de utilização da marca FC Porto estão contabilisticamente registados são claramente abaixo do seu valor de mercado”. Também os leões, sob a presidência de Bruno de Carvalho no período temporal referido, apresentam capitais próprios negativos (13,3 milhões), o que equivale a dizer que tanto Sporting como FC Porto estão em situação de falência técnica.
Note-se ainda a redução de custos com pessoal por parte do Benfica, em contraste com Sporting e FC Porto, embora o campeão nacional aponte que o “pagamento dos prémios ao plantel e equipa técnica” vencedora do último campeonato pesou nos custos.