O Jogo

SILENCIOSA REVOLUÇÃO DE ABEL

MUDANÇAS Apesar da invencibil­idade, o onze-base tem seis jogadores diferentes relativame­nte à época passada

- PEDRO MARQUES COSTA

Abel Ferreira tem reforçado a ideia de que tão importante como a qualidade dos jogadores é o “processo”. Onze-base mudou, mas a forma de jogar da equipa mantém-se inalterada

O Braga chega a esta fase da temporada como a única equipa da I Liga que ainda não perdeu nenhum jogo (nos dez campeonato­s mais cotados da Europa só Juventus e Dortmund conseguem imitar este feito), mas fê-lo, ao contrário do que pode parecer, com um onze-base substancia­lmente diferente daquele que se apresentou de forma brilhante na segunda metade da última época. Esta ideia, de uma equipa parcialmen­te nova, tem sido várias vezes repetida por Abel Ferreira, mas ganhou maior mediatismo depois de o treinador a ter reforçado após o triunfo (1-0) com o Sporting. “Se olharmos para a equipa que tem jogado, e para o onze-base da época passada, há várias alterações. Alguns distraídos esquecem-se disso, mas eu acredito, sobretudo, no processo. Sofremos grandes mudanças,sobretudon­omeiocampo. Comprámos um motor novo e estamos a rodá-lo”, afirmou Abel Ferreira.

A revolução na equipa afetou todos os sectores, mas há um, em especial, que mereceu a maior das atenções do treinador neste primeiro ciclo da temporada: o meio-campo. Abel Ferreira viu partir Vukcevic, Danilo e André Horta, tendo recebido, de António Salvador, Palhinha, Claudemir e João Novais. Estes dois últimos conquistar­am a titularida­de nos últimos jogos, durante os quais já mostraram um nível de entendimen­to superior ao evidenciad­o no arranque da época – com os resultados coletivos que se conhecem. Sinal, segundo o treinador, de que o trabalho está a ser bem feito e que tão importante como a qualidade dos jogadores é aquilo a que costuma chamar de “processo”, ou seja, a forma de jogar da equipa.

Na defesa, as lesões de Matheus e Raúl Silva obrigaram a lançar Tiago Sá e Pablo Santos, enquanto a partida de Jefferson foi colmatada com a promoção de Sequeira. Na frente, Dyego Sousa também conquistou a titularida­de, que pertencia a Paulinho.

Feitas as contas, são seis diferenças no onze-base (como se pode constatar no quadro aqui ao lado), mais de meia equipa, algo que, nos outros três candidatos ao título, só tem paralelo no Sporting – Peseiro tem utilizado sete jogadores que não eram titulares na última época. No Benfica e FC Porto as mudanças têm sido mais circunstan­ciais, com três jogadores novos no onze, algo que ajuda a reforçar o estatuto de principais candidatos ao título desta dupla que tem dominado o futebol português nos últimos anos.

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