O Jogo

“Primeiro golo foi polémico, mas contou...”

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“Sérgio Conceição disse-me: ‘Vais ficar, vais ser muito importante e vais fazer uma grande época’” “[Golo ao V. Guimarães] não era o meu golo de sonho, mas foi muito especial para mim”

Aposta-surpresa de Sérgio Conceição na Supertaça, o avançado manteve-se no onze mais três jogos e marcou ao V. Guimarães. Um golo ilegal (fora de jogo) para os analistas, mas que não retira significad­o

Ultrapassa­do o desgosto causado pela lesão que o fez saltar do onze, o jogador de 23 anos espera concretiza­r o vaticínio de Sérgio Conceição quando lhe confirmou a continuida­de no plantel.

Em que é que a passagem por Setúbal o ajudou para estar hoje no FC Porto?

— Foi importante, porque deu-me rodagem na I Liga, que era o que me faltava. Cheguei de um clube diferente do FC Porto, que luta por objetivos diferentes e senti-me valorizado. Foi muito bom.

Quando começou a préépoca, imaginava chegar a esta fase no plantel e com contrato renovado?

— Sim, era um dos meus objetivos. A minha vida funciona por objetivos e é por aí que me guio. Quando concretizo um, avanço para outro. Não são objetivos fáceis, mas se fossem não tinha piada. Antes de começar a pré-época não o imaginava [renovar], talvez porque só pensasse em ficar no plantel. A partir daí, surgiram outros objetivos e foi assim que surgiu a renovação.

Apoiou-se em alguém do plantel nesta fase?

— Sim. É normal que as primeiras impressões sejam trocadas com os portuguese­s, porque, por vezes, a língua pode ser um entrave. Por acaso, falo inglês e percebo mais ou menos francês, o que faz com que me dê bem com toda a gente. Mas o Sérgio [Oliveira], o Danilo, o [José] Sá, que estava cá, o Hernâni... Foram esses.

Quando soube que o lugar no grupo estava garantido?

— Foi logo a seguir ao jogo com o Newcastle [jogo de apresentaç­ão], quando o míster veio ter comigo no final e me disse: “Não te preocupes, vais ficar connosco, vais ser muito importante para nós e vais fazer uma grande época.” Foi aí que percebi que tinha um objetivo alcançado.

Que significad­o tiveram essas palavras, ditas ainda no relvado e percetívei­s a todos os que viram o jogo pela televisão?

— Foi muito especial. Quando se vive por objetivos e se vê que se conquistou mais um, isso cria-nos uma ambição muito grande. Julgo que é a forma mais correta de se viver e, por enquanto, tem dado resultado. O míster sabe quando dizer as coisas e motivar os jogadores. Imagi- no que ele já soubesse há algum tempo, mas achou por bem dizê-lo naquele momento, achando que isso me iria dar muita confiança, e foi bom ter acontecido.

E, passada uma semana, era titular na Supertaça. Como foram esses dias entre um jogo e o outro?

— O trabalho semanal foi igual. Estava preparado para jogar, mas não sabia a equipa; só mesmo no dia é que soube. E a partir do momento em que soube que ia ser titular, a minha concentraç­ão ficou logo a cem por cento. O mais importante era ajudar a equipa e acho que o consegui, com aquela vitória na Supertaça.

Não ficou nervoso nem sentiu o peso da responsabi­lidade?

— Não digo nervosismo. Diria antes ansiedade de começar o jogo. Mas acho que, por mais experiênci­a que tenha, qualquer jogador sente isso. É normal. Mas o míster e os meus colegas sempre me deixaram à-vontade. Sei o que valho, a qualidade que tenho e isso foi o mais importante.

A verdade é que depois se fixou no onze e marcou ao V. Guimarães. Era assim que imaginava o primeiro golo pela equipa principal?

— [sorriso] Não, não era assim. Foi um golo polémico, mas o importante é que a bola está lá dentro e que conta como os outros. Não era o meu golo de sonho, mas foi muito especial para mim.

Sentiu muito a lesão que o fez perder a titularida­de?

— Foi uma semana muito complicada e o pessoal do staff médico teve de levar comigo, porque estava um bocado em baixo. Foi complicado sair assim da equipa, porque vi uma oportunida­de escapar-se por entre os dedos.

Quando ultrapasso­u essa fase?

— Foi depois de uma semana e tal, quando vi que não ia mesmo dar para o próximo jogo. Foi nesse momento que me apercebi que o mais importante era recuperar e voltar mais forte.

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