João Gomes quer 360 mil €
O advogado do ex-diretor-geral reiterou a tese de despedimento “sem justa causa”
Sem acordo à vista no Tribunal de Trabalho de Matosinhos, a advogada da SAD do Braga sublinhou que o ex-diretor-geral terá ameaçado a sociedade com a revelação de dados comprometedores
A saída de João Gomes poderá custar o pagamento de uma verba elevada à SAD do Braga se o Tribunal de Trabalho de Matosinhos entender que não houve justa causa no despedimento, após processo disciplinar. O ex-diretor-geral pede 360 mil euros como indemnização,créditos salariais e danos morais, mas a sociedade desportiva defende que o ato “foi lícito”, por ter sido alvo de uma tentativa de extorsão. Uma versão já assumida por António Salvador no Tribunal de Trabalho de Matosinhos e ontem repetida pela advogada Joana Pinto Coelho na sessão de alegações finais respeitante ao processo interposto pelo ex-dirigente, já sem as presenças do presidente da SAD (representada pelo administrador executivo, João Carvalho) e de João Gomes. “Ameaçou a SAD e o presidente desta forma: ou pagam isto ou vou revelar tudo”, assinalou a causídica da sociedade desportiva, reportando-se a uma alegada carta entregue em mãos a Salvador a 8 de fevereiro de 2018, em que o diretor-geral discriminava três condições para cessar amigavelmente funções (receber 250 mil euros, um carro Mercedes e a carta para o subsídio de desemprego) e a ameaça da revelação de dados comprometedores no que toca a questões financeiras – recorde-se que a 23 de setembro, a respeito da investigação a uma suposta existência de um saco azul na SAD arsenalista, a mesma sociedade explicaria, em comunicado, ter apresentado no início de junho uma queixa-crime ao Ministério Público contra João Gomes, à qual “apensou a listagem dos factos falsos e infundados que constam da tentativa de extorsão”.
Em tribunal, João Gomes confirmou o encontro com o presidente bracarense mas negou ter feito chantagem, tendo explicado que a carta que apresentou a Salvador era anónima (entregue numa das lojas do clube) e que teria sido redigida por um grupo de sócios descontentes com a gestão da SAD e com irregularidades relacionadas com o centro de estágios. “Tem alguma lógica que o dr. João Gomes chantageasse com assuntos, como faturas, que o pudessem colocar em xeque?”, questionou, em audiência, o advogado Rui Jorge Santos.
“João Gomes ameaçou a SAD e o presidente: ou pagam isto ou vou revelar tudo”
Joana Pinto Coelho Advogada da SAD do Braga
“Tem alguma lógica que ele chantageasse com assuntos que o colocassem em xeque?”
Rui Jorge Santos Advogado de João Gomes