“Amadores mais propícios”
Contrair lesões antes dos 20 anos aumenta a probabilidade de re-rotura. Mulheres são mais sujeitas
Ortopedista no Hospital da Luz, trabalha com a AF Porto, por intermédio da sua ligação a uma companhia de seguros e alerta para os sintéticos. Nos outros desportos é menos frequente? —Há outros desportos, como vólei, andebol e basquetebol em que a rotura de ligamento cruzado anterior é menos frequente. No futebol é muito frequente, sobretudo no desporto de competição amador. O aumento do número de campos com relvado sintético fez crescer de forma significativa as lesões do joelho nos atletas, nomeadamente do ligamento cruzado anterior. Está cientificamente provado que os sintéticos aumentam a probabilidade destas lesões.
Ao nível da AF Porto, só no último ano operei mais de 300 atletas, sendo que muitos estavam ligados a competição de futebol amador. Há forma de prevenir as lesões? —Há protocolos de treinos específicos para os atletas. Além disso, parece-me importante ponderar se devem ser usados os relvados sintéticos, ou pelo menos, nesse tipo de piso, ter o cuidado de usar os pitões adequados na chuteira. Evitar competir com fadiga também é muito importante.
A taxa de re-rotura não é desprezível. Se for em atletas com mais de 20 anos anda nos 7%. Em atletas com menos de 20 anos aumenta significativamente e pode chegar aos 20% nos homens e nas mulheres futebolistas pode ir até aos 30%, do mesmo joelho ou do lado oposto.
“Em atletas com menos de 20 anos a taxa de re-rotura pode chegar aos 20%”