O Jogo

O que une Braga e Juventus

Ainda não perderam esta época, mas as semelhança­s não param aí

- PEDRO ROCHA

Desde que começou a época que o Braga não para de rolar perigosame­nte, como uma bola de neve, na direção das balizas. Os golos sucederam-se em todos os jogos oficiais disputados (para o campeonato, Liga Europa e Taça da Liga) e, nesta altura, já nenhuma outra equipa do principal escalão português rivaliza com os arsenalist­as, que se apresentam amanhã em Felgueiras, para a Taça de Portugal, ainda sem derrotas e a partilhare­m o primeiro lugar no campeonato com o Benfica. Entre os líderes das dez ligas mais cotadas pela UEFA, das quais fazem parte Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha, França, Rússia, Ucrânia, Bélgica e Turquia, para além de Portugal, só a Juventus apresenta o mesmo desempenho: em dez jogos, tantos quantos o Braga já disputou, marcou em todos (média de 2,3), não tendo sofrido até à data qualquer derrota.

É precisamen­te pelo prisma de estarem invictos que Braga e Juventus se distinguem de Paris Saint-Germain e Genk, outras duas equipas que fizeram questão de gastar munição em todas as partidas (12 e 19, respetivam­ente) que disputaram. Os atuais comandante­s das ligas de França e Bélgica sofreram, porém, derrotas pelo meio, pelo que deixaram de se situar no incrível patamar atingido pelo clube bracarense e pelos bianconeri. Orçamentos (só Cristiano Ronaldo custou cerca de cem milhões de euros à Juve) e competiçõe­s à parte (a Liga dos Campeões não entra no menu de provas do Braga), pode mesmo dizer-se que estamos perante dois curiosos gémeos, distanciad­os por apenas dois golos: 21 para o Braga e 23 para a equipa de Turim. As médias são semelhante­s (a do Braga é de 2,1 golos por jogo), mas há nuances a considerar, como a facilidade com que a equipa italiana consegue aba-

Dyego Sousa e Ricardo Horta, ambos com seis golos, são os principais desbloquea­dores dos arsenalist­as

nar as redes até aos 15 minutos.

Se, por um lado, ainda é uma barreira para os bracarense­s faturar no primeiro quarto de hora de uma partida e ainda nos descontos, por outro a equipa comandada por Abel Ferreira revela um pouco mais de acerto do que a Juventus em lances de bola parada, tendo obtido dessa forma sete golos, contra seis da equipa italiana. É uma ténue diferença, em contraste com a eficácia revelada pelas duas equipas no arranque da época. Contra o Chievo, na jornada inaugural da Serie A, a Juventus abriu caminho para uma vitória fora de casa com três golos (2-3); já o Braga ficou-se por um empate (1-1) na Ucrânia, contra o Zorya, na primeira mão da terceira pré-eliminatór­ia da Liga Europa. Um resultado que abria boas perspetiva­s para a segundamão,naPedreira,mas os bracarense­s perderam de vista o apuramento ao permitirem um empate a 2-2 no reencontro com a equipa ucraniana. Por essa altura, o Braga já havia massacrado o Nacional, num jogo em que Dyego Sousa e Ricardo Horta bisaram. Cada um contabiliz­a agora seis golos, sendo o primeiro mais influente, por já levar três assistênci­as.

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