O Jogo

Mexicano da Ribeira quer dar espetáculo

Treinador da equipa minhota quer ser conhecido por Pedro Lomba, mas sabe que é difícil separar-se da alcunha que recebeu em criança

- MANUEL CASACA

Equipa do campeonato distrital de Viana do Castelo, o Valenciano tem em Pedro Lomba um treinador que se define como um romântico do futebol, para quem não faz sentido jogar à defesa

Pedro México ou Pedro Lomba: afinal, como se chama o treinador do Valenciano? “Chamo-me Pedro Lomba, mas México foi a alcunha que me deram ainda na infância, na Ribeira, um bairro piscatório de Viana do Castelo, a cidade onde nasci. A alcunha ficou desde o Mundial’86, realizado no México, porque eu era doido por futebol, como ainda hoje sou. Deram-me essa alcunha na escola primária e ficou, mas prefiro ser conhecido por Pedro Lomba. Sei, no entanto, que vai ser difícil deixar de ser conhecido por Pedro México enquanto não sair da minha zona”, revela o treinador da equipa minhota.

Fanático por futebol e estudioso do fenómeno, Pedro Lomba licenciou-se em Gestão do Desporto, mas não conseguia emprego que lhe permitisse conciliar o trabalho com os treinos. Um dia, a sorte mudou. “A Câmara Municipal de Viana do Castelo abriu um concurso e fiquei. Sou assistente administra­tivo e tenho um horário das 9h00 às 17h00. Não ganho muito, mas é mesmo uma opção de vida para alimentar o sonho de chegara um patamar superior no futebol”, explica.

Aos 38 anos, Pedro Lomba acredita que o jogo de hoje pode ser determinan­te para dar um passo em frente na carreira. “É uma oportunida­de de mostrar a competênci­a que há nos escalões inferiores. Falo do meu caso e não tenho nenhum problema em admiti-lo, porque acho que tenho competênci­a para estar numa equipa de nível superior. É uma oportunida­de de mostrar a minha ideia de jogo, os nossos processos e o futebol atrativo que temos”, desvenda o treinador do Valenciano.

É precisamen­te por gostar tanto de futebol e por querer deixar uma excelente imagem que Pedro Lomba recusa a ideia de jogar à defesa, mesmo sabendo que o V. Guimarães é muito superior. “Sou um romântico no futebol e às vezes sou criticado por isso, porque no distrital o futebol não é tão bonito e joga-se muito para o resultado. Por vezes perco alguns jogos porque quero ter construção curta, a sair de trás, e exponho-me mais ao risco”, justifica.

A mensagem que deixou aos jogadores do Valenciano é clara: há que desfrutar. “Imagine que ponho o autocarro à frente da nossa baliza, só defendemos, só chutamos para a frente e até acabamos por vencer o jogo. Teríamos um mediatismo incrível, mas que imagem é que isso vai passar? É uma oportunida­de única, é uma

“Pode parecer estranho, mas a nossa intenção não é ganhar, é mostrar o nosso futebol”

Pedro Lomba

Treinador do Valenciano

festa e não quero pôr os meus jogadores a sofrer, a cheirar a bola e a olhar para as camisolas do Vitória. Nada disso, vamos jogar, vamos desfrutar”, avisa Pedro Lomba, entusiasma­do com a possibilid­ade de algum jogador sobressair hoje. “Pode ser que no meio disto, algum jogador saia potenciado. Isso, para mim, será mais importante do que passar a eliminatór­ia.”

Seguir em frente na Taça de Portugal está praticamen­te fora dos planos, admite. “Estarei a mentir se disser que acredito. Pode parecer estranho e pode parecer mal dizer isto, mas a nossa intenção não é ganhar, queremos é mostrar o nosso futebol e ser atrevidos. No futebol, não há impossívei­s, mas é uma hipótese em 500 mil”, reconhece.

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O treinador do Valenciano quer que os seus jogadores desfrutem do jogo e mostrem a sua qualidade
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